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 | 29/03/2008 18h49min

Governistas impedirão convocação de Dilma, diz deputado

Paulo Teixeira defende sigilo de contas da presidência da República

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, disse neste sábado que a bancada governista fará tudo o que puder para impedir a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para depor, em função do vazamento de dados sigilosos de gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, Ruth Cardoso.

— Nessa próxima semana, não vamos aceitar a convocação da ministra Dilma, vamos pedir ao Palácio do Planalto rapidez na apuração do responsável pelo vazamento e não vamos aceitar a quebra de sigilo das contas da presidência da República, a não ser que haja denúncias a serem apuradas — disse ao participar de seminário do diretório municipal do partido sobre as eleições deste ano, na capital paulista.

Na avaliação do deputado, a oposição quer desgastar a imagem da ministra, por seu papel estratégico no governo e sua projeção política:

— Querer arrastar a ministra Dilma para dentro não é uma atitude correta, até porque ela está tão indignada quanto nós e está tomando todas as providências.

Embora FH já tenha autorizado a quebra do sigilo de seus gastos, Teixeira defende que o sigilo seja mantido, pois não pertenceria a uma pessoa, "mas sim à instituição da presidência da República".

— Se ele autorizou, o fez no calor do momento, porque ele foi presidente da República e se achasse, naquele tempo, que não precisava haver sigilo, poderia ter modernizado a legislação e colocado todos os seus gastos na internet, o que não aconteceu — apontou o deputado, que acredita que a existência do sigilo é necessária e disse que não haverá condescendência ou complacência com o responsável pelo vazamento.

Teixeira, entretanto, não considera que houve crime do governo quando decidiu coletar os dados sobre os gastos da presidência durante o governo FH. De acordo com ele, essa decisão foi tomada para atender à recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), que indicou que todos os dados deveriam ser informatizados e incluídos no sistema para responder a um eventual pedido da CPI de quebra de sigilo do governo anterior.

Agência Estado
 
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