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 | 07/03/2008 09h57min

"Me senti como se fosse bandida", conta deportada

Brasileiros reclamam de discriminação sofrida ao tentar conexões na Espanha

Humilhação, maus-tratos e discriminação são reclamações recorrentes entre os brasileiros que chegaram na manhã desta sexta-feira ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, após terem sido deportados da Espanha.

— Me senti muito mal, como se fosse uma bandida. Fomos escoltados por policiais até a hora de voltar — contou uma comerciante de 40 anos, que preferiu não se identificar, ao site G1.

Ela revelou que no vôo 6827 da Iberia voltaram deportados 12 brasileiros e três paraguaios. Sete dos brasileiros desceram em Guarulhos para remarcar passagens para outras cidades. A comerciante disse que pretendia seguir viagem para Portugal, onde passaria férias na casa de uma amiga. Entretanto, afirmou que bastou mostrar o passaporte brasileiro para sofrer o que ela considera discriminação. Ao mostrar o documento, ela disse ter sido encaminhada para uma sala onde permaneceu retida com outros brasileiros.

— Nos mandaram para uma sala, na qual ficamos por cerca de seis horas. Depois andamos num ônibus por 20 minutos para outro setor na parte antiga do aeroporto. Nessa outra sala, nos revistaram, tiraram nossos pertences das bolsas — contou a brasileira, que não conseguiu avisar a família sobre sua situação na Espanha, já que, apesar haver dois telefones públicos disponíveis para as cerca de 100 pessoas que estavam detidas no local, a falta de moedas e as filas impediram o contato com o Brasil.

Sem bagagens

O promotor de vendas Marcos Vinícius, de 23 anos, de Brasília, planejava passar sete dias em Paris. Ele conta que após desembarcar na Espanha, por volta das 7h de quinta-feira, também bastou mostrar o passaporte para ser levado para uma sala e, na seqüência, encaminhado para um segundo local, com câmeras e vidro fume.

— Era praticamente uma prisão — disse o brasileiro, informando ainda que o grupo só recebeu alimentação cerca de 10 horas depois: água, pão seco e uma maçã: — Primeiro, eles não falavam nada, olhavam com cara feia, como se nós fossemos bichos. Podia acontecer o pior, fomos escoltados como ladrões.

Agora, além de superar a decepção, o promotor ainda precisa resolver outro problema prático: recuperar suas malas que seguiram para a França.

 
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