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 | 05/03/2008 08h54min

FHC: "Não há nada pior para a América Latina do que uma guerra"

Ex-presidente disse que entende reação do Equador sobre invasão colombiana

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o processo de conflito iniciado no fim de semana entre Equador e Venezuela contra a Colômbia "tem que ser freado já". Em entrevista em Buenos Aires, onde fez uma palestra sobre América Latina e globalização, durante o lançamento do BBA Itaú no país, FHC afirmou que é necessário "temer a guerra" e evitá-la. O ex-presidente lembrou ainda "que a Primeira Guerra Mundial aconteceu por um acidente", mas considerou que "haverá um esforço rápido de evitar que haja um risco de acidente porque não há nada pior para a América Latina do que uma guerra".

Ele afirmou que uma das grandes vantagens do continente "é a de sermos uma área de paz, uma zona não-nuclearizada". Para FH, assistir a uma guerra seria um retrocesso enorme para a região e, nesse sentido, defendeu o empenho de todos os governos.

— Temos que nos jogar profundamente para evitar a guerra e acho que os governos dos países não-envolvidos estão fazendo isso — disse, destacando que o processo é muito recente para ser julgado se está sendo conduzido bem ou mal, no entanto, o ex-presidente mostrou-se de acordo com a posição do Itamaraty de ser neutro para atuar como mediador: — Acho que o Brasil tem que ter a posição tradicional, como disse o ministro Celso Amorim, de apelar para a paz. Temos que manter essa posição de neutralidade para sermos árbitros da questão. Apelar para a paz e conter um sistema que permita reparações.



FH não quis comentar as razões que levaram o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a tomar partido pelo Equador e enviar suas tropas, fechando as fronteiras com a Colômbia, agravando o conflito. Ele considera que ocorreram dois fatos graves na fronteira: "Um foi que a Colômbia entrou no Equador e, dois, que o Equador mandou tropas pra lá". O ex-presidente recordou que durante o seu governo, houve uma "coisa parecida", quando as forças militares colombianas estavam atrás das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e aterrissaram num aeroporto na selva amazônica sem a autorização do governo brasileiro.

— Nossa reação foi fortíssima — relatou, se solidarizando com o presidente Rafael Correa ao dizer que entende a reação do Equador, que "não pode aceitar", mas criticando o governo equatoriano por não cuidar de sua fronteira e permitir a entrada das Farc: — É preciso criar uma proteção, que nós no Brasil temos de não deixar entrar as Farc no país. No Brasil, não entra. Nunca entraram e quando entram são repelidas.

Agência Estado
 
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