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 | 01/03/2008 17h52min

Abbas: ofensiva israelense em Gaza é mais grave que holocausto

Ataques deixaram 56 mortos só neste sábado e 81 desde quarta-feira

Atualizada às 18h32min

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse que a ofensiva militar na Faixa de Gaza que matou 56 pessoas e deixou outras duzentas feridas é "mais grave que o holocausto". O exército israelense, que desde quarta-feira ataca ininterruptamente a Faixa de Gaza para acabar com os lançamentos de foguetes contra seu território, lançou nesta madrugada uma incursão terrestre com apoio aéreo no norte da Faixa de Gaza, cujo alvo foi o campo de refugiados de Jabalya.

Entre as vítimas fatais, 16 eram civis, entre eles, mulheres e cinco crianças, enquanto os outros mortos eram militantes de várias organizações armadas palestinas, segundo o chefe do serviço de urgência do Ministério da Saúde de Gaza, Moawiya Hasanin. Ele acrescentou que pelo menos 20 dos feridos estavam em estado grave e advertiu sobre um desastre humanitário por causa da falta de combustível e equipamentos médicos nos hospitais de Gaza. A incursão em Jabalya eleva o número de mortos em Gaza para 81, enquanto os feridos superam os 260, desde quarta-feira.

Apesar da operação terrestre e dos contínuos ataques da aviação israelense no norte de Gaza, várias milícias, inclusive os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica, assumiram a autoria do lançamento de dezenas de projéteis e foguetes contra Israel neste sábado. A rádio pública israelense também informou que dois soldados israelenses morreram na operação e cinco ficaram feridos nos enfrentamentos que a sucederam, apesar das baixas ainda não terem sido confirmadas. Além disso, 12 cidadãos israelenses ficaram feridos por foguetes, inclusive duas crianças feridas por estilhaços em Ashkelon

"Mais grave que o holocausto"

Abbas respondeu assim às declarações feitas ontem pelo vice-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai, que advertiu que os próprios palestinos causariam um "holocausto maior" deles mesmos se continuassem com os ataques da Faixa de Gaza. Vilnai advertiu novamente hoje que, se os ataques de Gaza não terminarem, aumentam as opções de uma ação mais contundente um dia antes do gabinete do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, analisar a possibilidade de lançar uma operação em grande escala, como exigem vários políticos.

Abbas pediu às facções armadas palestinas, em comunicado, que parassem com os lançamentos contra Israel e acrescentou que esse tipo de ação "não ajuda a pôr fim ao sofrimento de nosso povo e a evitar novos desastres".

EFE
 
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