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 | 13/02/2008 17h49min

Problemas no fornecimento de gás da Bolívia pode se agravar no inverno

Vice-presidente, Álvaro García Linera, diz que o volume histórico não está em discussão

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, afirmou hoje, em entrevista no Itamaraty, que os problemas de fornecimento do gás boliviano poderão se agravar no inverno, época em que tanto a Argentina como o Brasil aumentam o consumo de gás. No caso da Argentina, o crescimento se deve ao uso do combustível para aquecimento de residências. Já no Brasil, o gás é usado principalmente nas termelétricas nessa época.

Linera disse que o consumo histórico do Brasil é de 27 a 29 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Ao garantir o fornecimento deste volume, o vice-presidente boliviano sinalizou que o volume previsto em contrato entre os dois países, de 30 milhões de metros cúbicos diários, poderá não ser cumprido.

— Os volumes de consumo histórico do Brasil estão garantidos e não estão em debate. O que está em diálogo são os volumes novos, além do histórico.

A distribuição do gás boliviano entre Brasil e Argentina deverá ser tema de uma reunião entre os presidentes Evo Morales, Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner.

— É provável que nos meses de inverno o fornecimento para a Argentina possa subir um pouco. A questão é saber se será possível cobrir essa demanda. E isso depende da reunião entre os três presidentes.

Linera disse ainda que o fornecimento de gás boliviano terá sua fase mais crítica no inverno, mas depois deverá contar com uma oferta extra de até 3 milhões de metros cúbicos, a partir de outubro. Após uma fase de paralisação dos investimentos na Bolívia por conta do processo de nacionalização do setor de hidrocarbonetos, os recursos estão voltando ao país. "Em 2008, deveremos ter investimentos recorde no segmento de petróleo e gás, de US$ 1,1 bilhão."

Rio Madeira

O vice-presidente da Bolívia conversou hoje com autoridades brasileiras sobre outros temas envolvendo os dois países. Com relação às hidrelétricas do rio Madeira, ele lembrou que a Bolívia continuará atenta ao impacto ambiental das obras, mas disse que o país tem interesse em trabalhar em conjunto com o Brasil em projetos de geração de energia.

Rodovia

Linera tratou também com o governo brasileiro sobre a construção de uma rodovia para ligar a região do altiplano boliviano à região amazônica. O país busca financiamento de US$ 400 milhões para a obra.

Agência Estado
 
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