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 | 11/02/2008 20h51min

Lista que será entregue aos europeus na quinta-feira terá 277 fazendas gaúchas

Discussão sobre embargo à carne pode se arrastar por mais de quatro meses

A nova listagem de propriedades que poderão exportar carne para a União Européia (UE), a ser entregue quinta-feira pelo governo brasileiro, em Bruxelas, será bem menor do que a relação de 2.681 propriedades credenciadas antes da suspensão das vendas externas, mas superior à imposição européia. O número nacional deve ser divulgado amanhã. No Rio Grande do Sul, 277 fazendas foram aprovadas na revisão da auditoria, que habilitou 467 entre 546 estabelecimentos rurais em janeiro.

O embargo europeu à carne bovina brasileira, imposto a partir de 1º de fevereiro, pode durar mais do que imaginavam exportadores, pecuaristas e certificadoras. O prazo deve superar quatro meses, previu nesta segunda-feira o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, após estimar uma negociação de 60 dias no começo da crise.

Quanto às propriedades, conforme o diretor-técnico da superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, José Severo, foram mantidas as que cumprem as exigências de rastreabilidade e onde foi possível justificar inconformidade de informações no relatório. O trabalho prosseguirá nas demais, visando a credenciamentos futuros.

— A revisão foi necessária devido a erros, mas é preciso lembrar que houve um período muito curto de treinamento para a auditoria — justificou Severo.

A nova listagem gaúcha causou desconforto entre os pecuaristas, mas o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, admite que houve tempo suficiente para adequação.

— O fato é que devemos trabalhar para atender às exigências do mercado internacional, não adianta ficar olhando pelo retrovisor.

No encontro em Bruxelas, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, pretende discutir como será a inclusão de fazendas daqui para frente. O governo também pretende fazer questionamentos técnicos que poderão servir como munição na revisão do bloqueio. Segundo o ministro, haveria disposição para esperar até seis meses para evitar um embate na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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