A tradicional cerimônia de acendimento da tocha olímpica na cidade grega de Olímpia está ameaçada. Segundo um membro do Comitê Olímpico do país, o evento corre o risco de atrasar ou até mesmo ser realizado em condições precárias caso o governo grego não tente reverter os danos provocados no local por um incêndio.

Em agosto do ano passado, um incêndio nas florestas localizadas a oeste do Peloponeso queimou milhares de acres, provocando também a morte de 65 pessoas nas proximidades da antiga Olímpia. Berço das Olimpíadas da antiguidade, em 776 a.C., a cidade ainda não se recuperou dos danos. Além da floresta, o fogo danificou o estádio e o tempo de Hera, localizados na mesma região.

– Se a situação não for melhorada imediatamente, isto (a cerimônia de acendimento da tocha) será um embaraço internacional e irá comprometer dramaticamente um dos momentos mais importantes do movimento olímpico – alertou o dirigente, que pediu anonimato.

Entre os locais danificados está uma área com alta concentração de pinheiros e ciprestes, onde foi erguido um monumento em homenagem ao fundador das Olimpíadas modernas, Pierre de Coubertin, cujo coração está enterrado no local. A cerimônia tradicional da tocha começa no estádio antigo, de onde sai o primeiro atleta do revezamento do artefato. De lá, ele segue para o monumento, onde presta homenagem a Coubertin.

– A imagem atual do monumento a Coubertin é motivo de grande tristeza – lamentou a fonte.

O governo grego havia prometido recuperar a área, plantando milhares de árvores na região e restaurando os locais afetados, mas o ritmo tem sido preocupantemente lento. A cerimônia está programada para o dia 24 de março. Da Grécia, o artefato deverá percorrer 137 mil quilômetros, passando por 20 cidades nos cinco continentes até chegar a Pequim, sede dos Jogos de 2008.