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 | 14/01/2008 19h01min

McCain espera que primárias de Michigan consolidem seu favoritismo

Pesquisas começam a apontar o senador como principal nome republicano à presidência

O senador republicano John McCain tentará confirmar na terça-feira, no Estado americano de Michigan, sua condição de favorito à candidatura presidencial de seu partido, em primárias que deve disputar principalmente com o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney. Depois de Iowa e New Hampshire, Michigan é a parada seguinte dos republicanos no processo para escolher o candidato que disputará a presidência dos Estados Unidos, no final do ano.

McCain, Romney e o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee multiplicaram suas aparições em Michigan nas últimas horas para tentar angariar votos dos eleitores do Estado. Enquanto isso, o Partido Democrata decidiu "punir" Michigan pelo fato de o Estado ter antecipado suas primárias para o próximo dia 15, fugindo à ordem tradicional. Com isso, os democratas da região não terão direito a escolher o nome democrata à presidência. Os candidatos democratas se dirigiram diretamente para Nevada, onde acontecem as próximas primárias do partido.

Para os republicanos, o confronto de Michigan se mostra disputado. Uma pesquisa publicada nas últimas horas pelo principal jornal do Estado, o Detroit News, coloca McCain com 27% das intenções de voto, enquanto Romney vem logo atrás, com 26%, seguido da grande surpresa do pleito republicano, Huckabee, com 19%. Outros estudos prevêem que Romney ficará com 28% dos votos, enquanto McCain teria 26% e Huckabee, 17%. Por enquanto, Romney tem 24 delegados, Huckabee tem 18 e McCain, dez. Qualquer um dos candidatos precisa somar pelo menos 1.191 delegados até setembro, durante a convenção de Minnesota, para poder ter a candidatura republicana à presidência.

Economia

A economia é o principal assunto na mente dos eleitores de Michigan. O Estado, sede da enfraquecida indústria automobilística americana, é um dos que mais sofre com a atual crise econômica, que alguns já chamam de recessão. Michigan tem a maior taxa de desemprego do país e Detroit, a capital do automóvel, sofre uma epidemia sem precedentes de falta de pagamentos de hipotecas. Nos últimos meses, muitas casas da cidade foram leiloadas a preços ridiculamente baixos, como US$ 10 mil, bem menos do que o mais barato dos carros populares.

Romney, que foi governador de Massachusetts, mas nasceu em Michigan, esteve nesta segunda-feira em Detroit para apresentar seu plano econômico, no qual incluiu medidas para fortalecer o setor automobilístico. O ex-governador, que irá hoje ao Salão do Automóvel de Detroit, afirmou que "Washington tem que mudar" para Michigan sair da "recessão" na qual se encontra.

Romney criticou a administração do presidente americano, George W. Bush, e o Congresso do país ao afirmar que Washington não reagiu aos problemas econômicos do Estado e que inclusive contribuiu com a situação com o recente endurecimento das medidas para reduzir o consumo de veículos. Ele também prometeu que, se chegar à Casa Branca, reunirá líderes sindicais, empresariais, do Congresso e de Michigan nos cem primeiros dias de governo para desenvolver um plano de reconstrução do setor automobilístico.

McCain, que as pesquisas começam a apontar como favorito em nível nacional, recebeu hoje o apoio do ex-governador de Michigan William G. Milliken. O senador do Arizona visitará hoje várias cidades do Estado, mas não deve visitar o Salão do Automóvel de Detroit, embora seus planos possam mudar no último momento, diante da presença de Romney no evento acompanhado dos principais executivos do setor.

O ex-governador de Massachusetts deve se reunir com o novo diretor-geral da Chrysler, Robert Nardelli. Enquanto isso, Huckabee — que já apresentou seu plano econômico para o setor no domingo — se reunirá com o vice-presidente da General Motors, Jim Press, após visitar uma fábrica da empresa. Por enquanto, McCain deve mandar em seu lugar o senador independente Joe Lieberman, candidato democrata à vice-presidência em 2000, na chapa de Al Gore.

EFE
Kamil Krzaczynski, EFE  / 

Parlamentar deve se reunir com diretor da Chrysler
Foto:  Kamil Krzaczynski, EFE


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