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 | 10/01/2008 06h53min

Pelo menos 22 mortos em atentado mais sangrento após morte de Benazir

Homem detonou uma carga explosiva contra a sede do Tribunal Superior de Lahore

Atualizada às 13h09min

No atentado mais sangrento desde o assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, pelo menos 22 pessoas, a maioria delas policiais, morreram nesta quinta-feira e cerca de 60 ficaram feridas em um ataque suicida em frente à sede do Tribunal Superior de Lahore, no leste do Paquistão. O suicida, que conduzia uma moto, detonou a bomba às 11h43 (4h43min de Brasília), quando os agentes tentaram detê-lo, minutos antes que a realização de um protesto de advogados que se reuniram na sede da corte.

Embora o porta-voz do Ministério do Interior, Javed Iqbal Cheema, tenha informado que cinco pessoas morreram, fontes policiais e do hospital Mayo, garantiram ao canal de televisão Dawn que praticamente todas as vítimas eram agentes. De acordo com uma fonte do hospital, foram atingidos pela explosão três pessoas que viajavam em dois carros, um motoqueiro, dois triciclos motorizados e uma carroça.

A Polícia de Lahore afirmou que 19 agentes morreram no ataque. As forças de segurança tinham sido deslocadas para a região para acompanhar a manifestação dos advogados contrários ao regime do presidente paquistanês, Pervez Musharraf. O porta-voz de Interior disse que o ataque foi dirigido à polícia, e explicou que o governo colocou as quatro províncias paquistanesas em alerta vermelho.

A zona já foi isolada e os feridos foram levados para os hospitais mais próximos.

— Os agentes sabiam que não podiam deixar todo mundo passar no local, que era perigoso, mas não seguiram as ordens — disse um advogado de Lahore.

Musharraf condenou o ataque, o primeiro de grande magnitude desde a morte de Benazir, e ordenou uma investigação minuciosa para esclarecer o atentado.

O primeiro-ministro interino, Mohammedmian Soomro, também condenou o ataque e pediu a todos os hospitais da região que atendam os feridos da melhor maneira possível. As autoridades de Punjab já anunciaram indenizações para os familiares das vítimas do atentado.

No dia 7 de janeiro, dois civis e oito soldados ficaram feridos quando um suicida detonou uma bomba em frente a uma base militar no vale do Swat, no norte, onde os ataques contra as forças de segurança são freqüentes. No entanto, os atentados suicidas não são comuns na cidade de Lahore, capital cultural do Paquistão, perto da fronteira com a Índia.

O ataque acontece um dia antes do início do mês sagrado para os muçulmanos, o Muharram, durante o qual o governo decidiu declarar 36 localidades das quatro províncias do país como sensíveis ou em risco de violência, além de redobrar a vigilância nelas.

Após o assassinato de Benazir, a Comissão Eleitoral decidiu adiar as eleições para depois do Muharram e fixou o dia 18 de fevereiro para o pleito. A equipe de especialistas antiterrorismo da Scotland Yard continua investigando a morte da ex-primeira-ministra e hoje foi para Lahore. Eles analisarão a pistola de onde supostamente saíram os tiros que acertaram Benazir.

EFE
Rahat Dar, EFE / 

Paquistão vive dias sangrentos após a morte de Benazir
Foto:  Rahat Dar, EFE


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