Como técnico da equipe de 11 e 12 anos do Figueirense, Cleber Junior Rottava, 31 anos, embarca para Vacaria, no Rio Grande do Sul, na segunda-feira. Ele vai ficar com um olho no seu time e o outro no adversários. Não só para analisar a estratégia do oponente, mas para tentar descobrir promessas para o clube alvinegro.

Cleber é proprietário de duas escolinhas no Norte da Ilha: uma em Canasvieiras e outra em Ingleses. Além do salário mensal, indica jogadores de até 18 anos para o Figueirense e tem o direito de usar a marca alvinegra. Também faz peneiras para o clube do Estreito.

Oito atletas indicados pelo professor, que também tem a função de olheiro, estão jogando na base do Figueirense.

— Meu trabalho é de médio e longo prazo. Mas estou na expectativa. Vou ter retorno mais tarde, na venda dos jogadores. Tenho 5% numa transação futura — contou.

Cleber poderia ganhar bem mais e por isso quer ser Agente Fifa, empresário credenciado pela entidade para negociar jogadores com o exterior.

— Agente deixa de ganhar dinheiro. Um olheiro ganha 5%, se fosse Agente Fifa, receberia 60 a 70%. É a minha idéia para o futuro — contou.

Enquanto não é agente Fifa, Cleber faz uma projeção com suas indicações. Jogando por baixo, o profissional calcula que, em uma transação para a Europa de um jogador que indicou, mesmo para a segunda divisão, o valor do atleta ficaria em 200 a 300 mil euros.

– Eu teria direito mais ou menos R$ 25 mil. Demoro um ano para ganhar isso – disse.

Dodô, um garoto de 12 anos, cerca de 1m84, demostra o trabalho feito por Cleber. Ele ouviu de pais de seu alunos que tinha um menino com essas características jogando o Citadino de Futsal, em Florianópolis, e foi atrás. Gostou do que viu. O olheiro o convidou para participar da escolinha e perguntou em qual posição jogava.

– Ele respondeu meia atacante. Com este porte, provavelmente vai ser zagueiro – avaliou.