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 | 17/12/2007 07h38min

Lula descarta criação de novo imposto para compensar CPMF

Presidente admitiu que o governo terá de repensar os cálculos para 2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que a rejeição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pelo Senado não é o fim do mundo e faz parte do jogo democrático. Ele voltou a descartar a criação de um novo imposto como compensação à perda de arrecadação. O presidente assegurou que o governo encontrará uma solução sem ameaçar o desempenho da economia.

— Acabou o mundo? Não. Agora, vamos ter que pensar, ter que refletir, ter que ver como vamos arrecadar uma parte desses recursos, porque nós não podemos ser irresponsáveis com a saúde brasileira, em função dos votos de alguns senadores. Vamos trabalhar com muita maturidade, com muita compreensão e vamos encontrar uma solução — disse em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.

— Não há nenhum motivo para qualquer precipitação, para anunciar medidas de forma extemporânea, para anunciar novos impostos. Vamos sentar e vamos ver qual foi o estrago, o que fazer para colocar no lugar. Obviamente, nós vamos ter que arrumar uma grande parte desse recursos — completou.

Lula admitiu que o governo terá de repensar os cálculos para 2008, porém destacou que ainda debaterá o assunto com a equipe econômica e repetiu várias vezes que não tomará medidas que coloquem em risco a economia.

— O Brasil está aprendendo a gostar das coisas boas que estão acontecendo. O povo está recuperando sua auto-estima e, finalmente, o Brasil se encontrou consigo mesmo. Não vou permitir que nada, nada, absolutamente nada atrapalhe os bons momentos que vive o Brasil — afirmou.

"Quem perdeu foi o país"

O presidente disse ainda que não mexerá no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou nas políticas sociais por conta do fim da CPMF.

— As políticas sociais vão continuar acontecendo. Vamos tomar todas as medidas para que a gente não mexa no PAC, para que a gente não mexa nas políticas sociais. Se a economia crescer, certamente vamos ter possibilidade de arrecadar mais dinheiro. Se for necessário fazer algumas mudanças, vamos, com muito cuidado, com muito critério, tomar essas medidas nos próximos dias, mas sem criar qualquer embaraço ou qualquer problema para a tranqüilidade que vive a economia brasileira — disse.

Lula voltou a responsabilizar os senadores que votaram contra a prorrogação do imposto, inclusive da base aliada, pelo dinheiro que a área da saúde poderá deixar de receber em 2008. Dos R$ 88,6 bilhões previstos para o PAC da Saúde nos próximos quatro anos, R$ 24 bilhões viriam da arrecadação com a CPMF.

— As pessoas ficam se perguntando quem perdeu, se foi o Lula, se foram os governadores, ou seja, na verdade, quem perdeu foi o país. Perderam quase 6 mil prefeitos do Brasil, perderam 27 governadores de Estado e perdeu toda a população brasileira que utiliza o Sistema Único de Saúde, que utiliza o SUS — afirmou.

Na quarta-feira, Lula vai se reunir com os ministros para avaliar os impactos do fim da CPMF.

AGÊNCIA BRASIL
 
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