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 | 10/12/2007 16h49min

Albaneses do Kosovo se comprometem com EUA e UE por apoio à independência

Albano-kosovares estão impacientes para ter logo um Estado próprio se esgotou

Os líderes dos albaneses da província sérvia do Kosovo confirmaram nesta segunda-feira a vontade de coordenar uma eventual proclamação unilateral de independência com o apoio dos Estados Unidos e da União Européia (UE), para assim garantir o reconhecimento internacional do processo. O prazo de 120 dias imposto pela ONU para as negociações expirou hoje, sem acordo. Agora, a província de maioria albanesa entra em uma fase de incerteza sobre seu futuro status.

Após uma reunião dos líderes do governo e da oposição, o porta-voz do grupo de negociações albano-kosovar, Skender Hyseni, anunciou que serão feitas consultas internacionais nos próximos dias sobre os passos seguintes rumo à proclamação da independência. EUA, Inglaterra, França e Alemanha, que apóiam a separação do Kosovo, pediram às autoridades locais para "coordenarem" suas posturas, de modo que a transição seja pacífica e não desestabilize a região.

Os albano-kosovares afirmam que, após oito anos de espera, sua paciência para ter um Estado próprio se esgotou, e agora pressionam o governo autônomo para declarar o mais rápido possível a independência da província em relação à Sérvia. Com esse objetivo, e sob o lema "Todos pela Independência", centenas de cidadãos realizaram nesta segunda-feira, na capital Pristina, uma manifestação pacífica, convocada por algumas organizações estudantis.

Bombardeio

Em 24 de março de 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) começou a bombardear a Sérvia (na época, Iugoslávia), então governada por Slobodan Milosevic e envolvida em um conflito armado contra a guerrilha separatista albanesa. Cerca de 500 civis, inclusive crianças, foram mortos pelas armas da aliança em Belgrado e outras cidades sérvias. Com o fim do ataque, que durou três meses, a província se tornou um protetorado das Nações Unidas vigiado por uma força militar da Otan (KFOR, na sigla em inglês), status mantido até hoje.

No entanto, formalmente, o Kosovo continuou parte da Sérvia, que, apoiada pela Rússia, está disposta a conceder aos albano-kosovares uma ampla autonomia dentro de suas fronteiras, mas não a separação. Caso haja a emancipação, os sérvios — 5% da população do Kosovo — ameaçam separar a parte norte da província, em torno da cidade dividida de Kosovska Mitrovica.

Reunião do Conselho

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá no próximo dia 19 para discutir sobre o conflito entre Pristina e Belgrado, depois de todas as tentativas de mediação para conseguir uma solução aceita pelas duas partes terem fracassado. Hyseni confirmou hoje que os líderes albano-kosovares pediram ao Conselho de Segurança para estarem presentes na sessão do dia 19 com o objetivo de apresentarem sua posição a este órgão, no qual a Rússia — como já foi alertado em diversas ocasiões — pode usar o seu direto a veto para proteger a Sérvia.

Representantes da Missão das Nações Unidas no Kosovo (Unmik, na sigla em inglês) consideram "perigoso" o vigente "status quo", temendo que tal conjuntura possa levar a uma situação de violência. O chefe da Unmik, o alemão Joachim Rücker, encorajou ontem os dirigentes albano-kosovares a criarem "um governo de coalizão amplo e estável", o que evitaria conflitos entre os partidos políticos locais neste período "crucial" para a província.

Em conversas com os partidos para a formação do novo governo, iniciadas hoje, o futuro primeiro-ministro e líder do Partido Democrático do Kosovo (KDP), Hashim Thaçi, confirmou que criará um governo de ampla base. Thaçi venceu as eleições de 17 de novembro e prometeu oferecer o cargo de vice-primeiro-ministro a um representante da minoria sérvia.

EFE
Szilard Koszticsak  / 

Kosovares foram às ruas de Pristina para pedir a independência da província sérvia
Foto:  Szilard Koszticsak


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