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 | 16/08/2007 22h50min

Manifestação em Congonhas pede solução para problemas aéreos

Cerca de 50 pessoas empunharam faixas no saguão do aeroporto nesta noite

Cerca de 50 pessoas participaram, na noite desta quinta, no saguão do Aeroporto de Congonhas, de uma manifestação contra os problemas do tráfego aéreo. Com faixas e um microfone, familiares de vítimas de acidentes aéreos e manifestantes do P-Sol e da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) pediram que a Infraero não seja privatizada e o fim da impunidade no país. Algumas faixas também pediam a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do cargo.

De acordo com o deputado federal Ivan Valente (P-SOL), a manifestação teve como “objetivo denunciar o caos aéreo brasileiro”, além de “buscar as causas desse caos e apontar soluções” para o problema. Valente, que faz parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara, também pediu o fim da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

– Devemos acabar com as agências. Não basta só ganhar ou perder a estabilidade [em referência aos dirigentes das empresas, que não podem ser demitidos]. A Infraero deve dar prioridade para a segurança e não ao embelezamento e ao aspecto shopping center dos aeroportos – afirmou o deputado.

Para ele, o ideal seria a substituição da Anac por um órgão governamental, como o extinto Departamento de Aviação Civil (DAC), e que não fosse, necessariamente, militar:

– As agências, no geral, foram criadas para fiscalizar e controlar, mas acabaram obedecendo às pressões e às tensões do poder econômico relativo a cada área, como a das empresas de aviação.

O deputado também defendeu a desmilitarização do setor aéreo

– Que a Aeronáutica fique com o controle do espaço aéreo nacional e das fronteiras. Com relação ao tráfego aéreo civil, queremos controladores de vôo civis, com planos de carreira de estado e concursados.

Em entrevista após a manifestação, a presidente do P-Sol, Heloísa Helena, disse que o partido defende como solução para a crise aérea a viabilização de todas as alternativas técnicas que foram apresentadas no ano passado, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, e que se baseou em um relatório entregue ao governo há dois anos por técnicos da área. O relatório, segundo ela, identifica defasagem nos aparelhos eletrônicos do controle de tráfego aéreo e aponta problemas também nas pistas dos aeroportos, nos cronogramas dos vôos e na infra-estrutura dos aeroportos.

– Enfim, nada de novo, porque desde novembro do ano passado nós tivemos conhecimento de que os profissionais mais competentes da área já tinham apresentado, há dois anos, o diagnóstico com todas as proposições. Muitas delas, inclusive, já estavam na proposta orçamentária, que pela ausência de execução ou contingenciamento, não foi viabilizada – disse.

Rafhael di Sacco, pai do piloto do Airbus da TAM Henrique Stephanini di Sacco, morto no acidente do dia 17 de julho, compareceu à manifestação e disse não temer que a culpa possa recair sobre os pilotos:

– Eu não tenho medo, porque eu sei a verdade. O que eles querem fazer é isso, é jogar em cima daqueles que nunca podem se defender. Mas eu estou aqui para falar.

AGÊNCIA BRASIL
 
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