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 | 25/10/2002 23h21min

Serra e Lula descartam bloqueio de poupanças

Bloqueio das poupanças, favelas, combate ao tráfico e salário mínino foram os temas debatidos durante o segundo bloco do debate entre os candidato à Presidência da República, realizado na noite desta sexta, dia 25, na Rede Globo.

Pela ordem de sorteio, o candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro a responder o questionamento de um dos eleitores sobre a possibilidade de bloquear as popupanças para sanear a economia. Lembrando da época do governo de Fernando Collor, quando as poupanças foram confiscadas, o petista garantiu que jamais fará isso durante seu governo. Lula prometeu uma política de incentivos para que os brasileiros possam fazer poupanças e investir em fundos de renda fixa. Segundo ele, um dos problemas da economia brasileira no momento é a falta de investimento em popupanças, que faz com que as pessoas não possam economizar, diminuindo o seu poder aquisitivo.

– Nada mais sagrado do que o trabalhador ter uma sobrinha no seu pagamento e aplicar isso num fundo que dê rentabilidade – disse ele.

O governista José Serra (PSDB) concordou com Lula e também garantiu que não haverá confisco de poupança num possível governo seu. Serra fez questão de esclacer comentário feito pelo petistas no bloco anterior, argumentando que o programa Bolsa-Alimentação concede um auxílio de R$ 15 e não R$ 7 como disse o petista.

Ao responder questionamento sobre as polítcas para favelas brasileiras, Serra disse que seu programa prevê a transformação das favelas em bairros, onde as pessoas possam viver em melhores condições. Segundo o candidato, é importante garantir qualidade de vida para as pessoas que vivem nestas zonas. Lembrou que o atual governo tem ajudado nesta questão, dando aval para financiamento externo e proporcionando recursos. O tucano disse que pretende também fortalecer o programa criado quando foi ministro do Planjemanto que prevê financiamento para material de construção.

Lula disse que sua política é baseada em três ações: quando a situação na favela é de risco, transferir as pessoas; quando a favela é um local razoável, investir para o melhoramento; e construir habitações para subsituir os "barracos".

Como combater o tráfico foi a segunda pergunta feita a Lula. O petista prometeu combater duramente o tráfico de drogas. Lembrou que um artigo da Constituição possibilita a desapropriação de áreas utilizadas para plantação de maconha para fins de reforma agrária. E cobrou do autal governo que isto nunca foi feito, porque falta fiscalização. O candidato prometeu uma forte política em conjunto com as forças armanas e investimentos na área policial.

Serra priorizou a recuperação dos drogados. E disse que as prostas de Lula, são as mesas de todos os cadidatos:

– O que Lula falou está todo mundo de acordo, o problema é fazer – ironizou, garantindo que no seu governo vai criar clínicas de recuperação para drogados através de convênios pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O petista rebateu as afirmações de Serra dizendo ser mais barato evitar o tráfico, com políticas de fiscalização, do que recuperar uma "criança que já foi drogada".

Questionados pelo mediador William Borner sobre as ações para inibir o tráfico nas fronteiras, Serra garantiu a criação do Ministério da Segurança Pública, fortalecimento da Polícia Federal, com a criação de um setor específico para isso, chamado por ele de "ramo fardado". Lula voltou a afirmar que fiscalização é o principal e ironizou a declarçaõ do adverário:

– Se farda resolversse problemas, não teríamos problemas.

Salário mínimo foi o último tema deste segundo bloco. Questionado por um dos eleitores sobre como resolver o problema do salário mínimo sem desequilibrar a economia, Serra prometeu um aumento de 50% do salário em quatro anos e, para ano que vem, elevar o atual mínimo de R$ 200 para R$ 220. Serra elogiou a Medida Provisória que estabeleceu o mínimo regional e lembrou que o PT votou contra resolução.

Respondendo a implicações de Serra, que desafiou Lula a dar uma posição clara sobre o assunto, o petista lembrou que o Orçamento do ano que vem prevê apenas 5% para esta área.

O tucano ainda exigiu de Lula um posição clara sobre o salário mínimo. Lula também prometeu dobrar o poder aqiustivo com o salário mínmo. Segundo o candidato, com geração de empregos, este aumento não terá grande impacto na previdência social.

Serra mais uma vez acusou Lula de não fazer um proposta clara sobre o mínimo.

– Lula não explicitou propostas de aumentos – disse Serra alegando que coordenadores de campanha petista já estão prometendo valores menores do que os prometidos anteriormente.

Lula se sentiu ofendido pelas freqüentes referências que Serra fazia ao seu nome e chegou a pedir direto de resposta. O mediador, no entanto, entendeu que não houve ofensa pessoal e não concedeu tempo extra ao petista.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.


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