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 | 16/10/2002 11h51min

Israel quer desocupar assentamento judaico na Cisjordânia

As forças israelenses planejam desocupar na quarta-feira uma pequena comunidade de colonos judeus da Cisjordânia, cedendo a pressões do governo norte-americano horas antes de o premiê do país, Ariel Sharon, reunir-se com o presidente dos EUA, George W. Bush, em Washington. Centenas de colonos judeus dirigiram-se durante a noite para o recente assentamento de Havat Gilad, ao sul de Nablus (Cisjordânia), a fim de protestar contra a desativação dele.

Líderes dos poderosos grupos de pressão de colonos tentaram convencer o ministro de Defesa de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, a cancelar a medida e pediram que os manifestantes não ''levantassem a voz ou a mão'' contra a polícia caso o desmantelamento fosse adiante. Ben-Eliezer prometeu realizar 30 desocupações do tipo e buscar a retirada do Exército da cidade de Hebron (Cisjordânia) em meio a exigências dos EUA para que Israel limite suas ações contra os palestinos enquanto os norte-americanos se esforçam para obter apoio a uma eventual ação militar contra o Iraque. Para Saeb Erekat, ministro do gabinete palestino, a desocupação do assentamento não passa de um "golpe de marketing.''

– O governo de Sharon colocou em prática a maior operação de criação de assentamentos desde 1967 – ano em que Israel capturou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, disse Erekat.

Os EUA também devem pedir que Sharon limite ao máximo sua resposta no caso de o Iraque disparar mísseis contra Israel em meio a um ataque a ser liderado pelos norte-americanos e que o premiê contenha a violência nos conflitos com os palestinos. Os colonos criaram Havat Gilad, um conjunto de famílias encravado em um local isolado, como uma homenagem ao também colono Gilad Zar, morto por atiradores palestinos. Mais de dez locais similares a Havat Gilad foram desativados nos últimos meses, mas nenhum deles estava ainda ocupado.

Os colonos judeus são frequentemente atacados por ativistas palestinos, para quem são usurpadores da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, área nas quais seria fundado um Estado palestino. A comunidade internacional considera ilegais os assentamentos. As informações são da agência Reuters.  

 
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