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 | 30/09/2002 17h01min

Serra culpa Garotinho e PT por violência no Rio

Ex-governador atribui situação aos governos fluminense e nacional

O presidenciável da aliança governista, José Serra (PSDB-PMDB), aproveitou o fechamento do comércio no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 30 de setembro, por uma suposta ação de narcotraficantes para atacar seus dois principais adversários na corrida presidencial.

– O Rio de Janeiro é o resultado da bomba-relógio que o ex-governador (Anthony) Garotinho deixou, porque enfrentou a questão da segurança com maquiagem de números, com efeitos especiais e com marketing, disse Serra a jornalistas em Contagem (MG).

– Por outro lado, a governadora Benedita (da Silva), agora, em vez de assumir suas responsabilidades, procura fazer jogo de empurra. Aliás, é a especialidade do PT: em vez de assumir responsabilidade, faz jogo de empurra.

Serra procurou acertar dois coelhos com uma cajadada: Garotinho disputa com ele o segundo lugar entre a preferência dos eleitores, de acordo com as sondagens de intenção de voto, enquanto o PT encabeça a coligação do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, que está próximo de vencer já no primeiro turno, segundo as últimas pesquisas.

Na manhã desta segunda, o comércio do Rio fechou as portas aparentemente por determinação do narcotráfico. Não estava claro se houve a ordem dos narcotraficantes ou se tudo foi fruto de boatos que provocaram pânico entre os comerciantes. 

Em outro evento em Minas, o presidente Fernando Henrique Cardoso criticou um eventual uso eleitoral do episódio.  FH afirmou que segurança pública não pode ser confundida com eleição.

Garotinho, por sua vez, culpou além da governadora petista, o próprio presidente pela situação.

– É a soma da omissão do governo Fernando Henrique com a incompetência do governo Benedita da Silva, disse o presidenciável, segundo seu site na Internet.

Para o presidente do PT, deputado José Dirceu, o problema é mais abrangente. Dizendo a jornalistas em São Paulo que não se pode dar trégua ao crime organizado, Dirceu avaliou que um traficante como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, tenta se impor ao país, não ao Rio de Janeiro. E procurou isentar o governo do Estado.

– O governo da Benedita, ao contrário de outros momentos, não vai negociar ou campactuar com o crime organizado.

As informações são da Agência Reuters.

 
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