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 | 12/01/2007 19h54min

Rebelo diz que apoio do PSDB a Chinaglia não é coerente

Deputado afirmou que tucanos vão se reunir para rediscutir o assunto

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato à reeleição para a presidência da Câmara, disse nesta sexta-feira que a decisão do PSDB de apoiar a candidatura do líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), não é coerente com o passado recente do partido. O anúncio de que a bancada tucana votará em Chinaglia foi feito na quinta-feira pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Junior (BA).

Rebelo informou ter conversado com tucanos sobre o assunto.

– Mantive contatos com lideranças e com deputados do PSDB. Questionei duramente, porque são meus amigos, a posição adotada, que não guarda coerência com a trajetória do partido nos últimos quatro anos – a não ser que toda a oposição do PSDB ao PT tenha sido completamente arquivada em função de acordos políticos regionais – afirmou.

– O que eu pergunto é se, para o equilíbrio da Câmara e das forças políticas do País, o PSDB acha que dar mais poder ainda ao PT é o caminho? Na verdade, a presença de um deputado do PT na Presidência da Câmara seria um desequilíbrio das forças que integram a coalizão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – argumentou.

De acordo com Aldo Rebelo, um dos tucanos lhe disse que o partido não terá como justificar a decisão perante o eleitorado.

– Eu ouvi de um interlocutor a expressão de que o apoio do PSDB ao PT nesta circunstância é um escândalo político – já que há também os escândalos administrativos. Este caso poderia ser tratado como um escândalo político pelo inusitado da decisão, que não guarda coerência com nada do que foi a relação entre o PSDB e o PT nos últimos quatro anos – reiterou.

Rebelo afirmou que parlamentares do PSDB pretendem reunir a bancada na próxima terça-feira para rediscutir o assunto.

Ao anunciar o apoio ao candidato do PT, o deputado Jutahy Junior disse que o critério era o respeito à proporcionalidade na Casa, pois o PMDB, partido que detém a maior bancada, abriu mão da indicação em favor do PT. Porém, Aldo argumentou que a decisão foi política porque a eleição de Aécio Neves (PSDB) para a Presidência da Casa, em 2001, não respeitou esse critério.

AGÊNCIA CÂMARA
 
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