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 | 25/09/2006 18h18min

Origem de dinheiro do dossiê só deve ser identificada após primeiro turno

Apenas R$ 25 mil foram rastreados até o momento

A Polícia Federal tem poucas expectativas de que conseguirá elucidar a origem dos recursos que seriam usados para a compra do Dossiê Cuiabá, contra candidatos do PSDB, antes do primeiro turno das eleições. Em reunião na manhã desta segunda com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda que atua no combate à lavagem de dinheiro, a PF recebeu informações de que não foram detectadas operações suspeitas nas contas dos petistas que confessaram participação na suposta tentativa de compra da documentação.

Segundo a PF, os indicativos que levam à origem dos recursos aparecem apenas em um conjunto de cédulas que somam R$ 25 mil. Essa é a quantia do dinheiro que estava em pacotes com maços envolvidos por fitas com informações sobre os bancos de onde possivelmente teriam sido sacados. Pelas informações do Ministério da Justiça à PF, R$ 5 mil foram retirados de um agência no bairro da Lapa, em São Paulo, do BankBoston, R$ 15 mil da unidade do Bradesco, na Barra Funda, e R$ 5 mil no Banco Safra.

Para esclarecer a origem do dinheiro, a PF também quer pedir à Justiça a quebra do sigilo de agências bancárias em que foi feito o saque do R$ 1,1 milhão apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha no hotel em que foram presos em São Paulo.

– Nós precisamos saber se isso é recurso proveniente de caixa de campanha, se isso é recurso proveniente do crime organizado, se isso é recurso proveniente de assalto aos cofres públicos ou se é proveniente de doação. Essa é a questão central. Esta é a questão que precisa ser esclarecida. E, para isso, o Banco Central e o Coaf são instituições extremamente importantes e decisivas – afirmou o procurador da República do Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar.

Ainda nesta segunda, a PF pedirá também à Justiça Federal de Mato Grosso a quebra do sigilo telefônico do ex-chefe do serviço de inteligência do PT Jorge Lorenzetti, do ex-diretor do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, e do ex-secretário de Trabalho Osvaldo Bargas, ex-assessor do presidente do PT, Ricardo Berzoini. Os três petistas, que trabalhavam no comitê da campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são suspeitos de participação na operação e não convenceram os responsáveis pelas investigações com seus depoimentos na PF, em Brasília, na sexta.

A Justiça Federal de Mato Grosso aguarda parecer do Ministério Público Federal para decidir sobre o pedido de liberdade de Luiz Antonio Vedoin, um dos acusados de chefiar a máfia das ambulâncias. O procurador Mário Lúcio Avelar já adiantou que é contra o relaxamento da prisão.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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