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 | 17/08/2002 11h30min

Vice-presidente diz que Colômbia respeitará os direitos humanos

O novo presidente colombiano, Alvaro Uribe, conduzirá uma política de "tolerância zero'' para violações dos direitos humanos, enquanto combate as guerrilhas de esquerda e grupos paramilitares de direita, disse nesta sexta-feira, dia 16, o vice-presidente do país, Francisco Santos. Uribe, que assumiu o cargo na semana passada durante cerimônia marcada por ataques guerrilheiros com morteiros, nos quais 20 pessoas morreram perto do palácio presidencial, chocou grupos de defesa aos direitos humanos ao decretar estado de emergência e planejar a intensificação da campanha militar contra grupos armados ilegais que combatem em uma guerra civil de 38 anos. 

O vice-presidente colombiano afirmou que os direitos constitucionais não serão desrespeitados durante a ofensiva do Estado para recuperar sua autoridade em um país onde milhares de pessoas são mortas a cada ano. 

– Haverá tolerância zero em relação às violações dos direitos humanos. Autoridade não significa violação dos direitos humanos – disse Santos. – O que precisamos é fortalecer o Estado para proteger os direitos constitucionais de todos os colombianos.

Santos, que em 1990 foi sequestrado pelo então barão do narcotráfico Pablo Escobar, também chefiará o departamento anti-sequestro do governo. A cada ano, há 3 mil seqüestros na Colômbia, o maior índice do mundo. Na segunda-feira, di 12, Uribe declarou estado de emergência por 90 dias, durante os quais os cidadãos de maior renda terão de pagar um imposto para financiar novas tropas do exército e da polícia.

O governo colombiano planeja ainda estabelecer uma rede de cerca de um milhão de informantes civis para auxiliar a ação da polícia e do exército. Santos, membro de uma das mais influentes famílias políticas do país e ex-editor do jornal El Tiempo, afirmou que os informantes servirão ao Estado como "olhos e ouvidos para impedir que grupos armados tomem controle de estradas e cidades, pratiquem massacres de camponeses e sequestrem cidadãos''.

Sem fornecer muitos detalhes, Santos disse que os informantes serão pagos, não portarão armas e terão aulas sobre direitos humanos. Grupos de defesa dos direitos humanos, no entanto, temem que o novo plano do governo transforme cidadãos comuns em combatentes e alimente a perseguição a suspeitos de simpatizar com os grupos guerrilheiros de esquerda.

Santos rebate as críticas afirmando que os informantes serão rigidamente controlados pelo Estado. Ele disse ainda que o governo solicitou maior cooperação de inteligência com os Estados Unidos. O governo norte-americano já gastou cerca de US$ 1,5 milhão em assistência militar à Colômbia para o combate ao narcotráfico. As informações são da agência Reuters.

 
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