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 | 18/09/2006 12h41min

Assessor de Lula suspeito de ligação com dossiê pede para deixar o cargo

Freud Godoy nega participação na suposta compra de documento

Apesar de negar a participação na compra de dossiê que apontaria ligações de José Serra e Geraldo Alckmin com a máfia das ambulâncias, o atual assessor do Gabinete da Presidência Freud Godoy pediu para deixar o cargo até que as denúncias sejam apuradas. Ele concedeu entrevista exclusiva para o Jornal Hoje, da Rede Globo. Godoy é suspeito de ter orientado o advogado Gedimar Passos, preso na última sexta, a pagar R$ 1,75 milhão pelo documento.

Freud Godoy confirmou que se encontrou quatro vezes com Gedimar em Brasília para tratar da segurança e da logística do comitê de campanha de Lula. Ele declarou que se apresentará espontaneamente à Polícia Federal, em São Paulo, às 17h desta segunda para prestar esclarecimentos. Ele acrescentou que hoje cedo deu explicações por telefone ao presidente Lula.

– O senhor pode colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo. Porque tenho como provar que eu não tenho nada a haver com isso – relatou Godoy sobre a conversa com o presidente.

Godoy disse que está disposto a abrir seu sigilo telefônico para ajudar as investigações.

Em depoimento à Polícia Federal, o advogado Gedimar Passos disse o nome do integrante do PT que teria negociado a operação de compra do dossiê contra José Serra e Geraldo Alckmin.

De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, Passos relatou que o homem chamado Froude ou Freud foi quem o orientou a fazer o pagamento pelo dossiê. Segundo o advogado, o mandante da operação seria dono de uma empresa de segurança no eixo Rio-São Paulo. Freud confirmou que sua mulher tem um negócio desse tipo.

– Meu nome é Freud, trabalho com o presidente, minha esposa tem uma empresa de segurança. Isso tudo é verdade. Até aí, que eu fiz esse tipo de negociata, eu quero ver como ele prova isso – acrescentou.

Hoje, o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado Filho e o procurador da República em Cuiabá (MT) Mário Lúcio Avelar se reúnem para decidir sobre uma possível acareação entre Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso, e Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, presos quando esperavam dossiê contra os tucanos Serra e Alckmin, segundo a Folha de S. Paulo.

Os dois são suspeitos de intermediar a compra de documentos que mostrariam o suposto envolvimento de Serra e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, com a máfia dos sanguessugas, que fraudava licitações para a compra de ambulâncias com dinheiro público.

O material foi enviado por Luiz Antônio Vedoin, apontado como chefe da quadrilha. Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi contratado pelo PT nacional para examinar o dossiê, composto por uma fita de vídeo, um DVD e seis fotos.

A polícia deve estudar ainda o pedido de prorrogação da prisão preventiva dos dois suspeitos.

 
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