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 | 14/09/2006 19h33min

São Paulo corre para impedir desmanche e rasteiras

Clube trouxe atletas com contrato por acabar e e entrou em atrito com outros times

A implantação da Lei Pelé em 1998 mudou os rumos das negociações entre atletas e clubes de futebol no Brasil. Com o fim do passe, as equipes passaram a ter mais dificuldades em manter os jogadores em seus elencos. Depois de alguns anos de experiências na nova ordem do mercado nacional, o São Paulo despontou como o clube que mais sabe negociar atletas neste cenário. Contratando jogadores com vínculo por acabar em outros times, o Tricolor montou sua atual equipe e até entrou em atrito com alguns concorrentes.

Agora, porém, o time do Morumbi corre o risco de perder jogadores em função das mesmas regras que o ajudou a contratar. Enquanto o time luta em campo para conquistar o título do Campeonato Brasileiro, a diretoria mantém a todo vapor as conversas com quatro de seus principais jogadores com vistas para a disputa da próxima temporada. O zagueiro Fabão, o volante Mineiro, o meia Danilo e o atacante Thiago Ribeiro têm contratos até o fim do ano e ainda não renovaram o vínculo com o clube.

Como os contratos dos quatro vencem em menos de seis meses, eles podem trocar de clube sem qualquer compensação financeira aos cofres do Morumbi. Dirigentes do Palmeiras, inclusive, estariam interessados em dar o troco no São Paulo (que contratou Ilsinho) levando Danilo e Mineiro.

Em meio às negociações, o diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, mostra tranqüilidade com relação ao futuro dos atletas.

– Encaramos com naturalidade (a situação). Da mesma maneira que pode nos favorecer a nova legislação, temos também a obrigação de acatar o que nos traz no contrário. O importante é que hoje há pesos iguais. No passado, havia quase um vínculo inquebrável entre clube e jogador. Hoje, quando há interesse das duas partes, fica mais fácil negociar – afirmou.

O próprio presidente do Tricolor, Juvenal Juvêncio, já admitiu a possibilidade de perder jogadores para clubes que também trabalhem nas brechas da Lei Pelé.

– Todos sabem que os contratos estão acabando e são atletas de expressão. Não podemos chorar o leite derramado, pois usamos o mesmo artifício ao nosso favor – ponderou.

O Tricolor já fez contatos com os quatro atletas demonstrando o interesse de mantê-los no elenco. De todos, porém, o que parece estar mais distante de permanecer no Tricolor é o meia Danilo, que recebeu uma oferta para a prorrogação do vínculo, mas pede tempo para pensar no futuro e já tem proposta de outros clubes. O empresário do jogador, Gilmar Rinaldi, garante que o pensamento é o da renovação, mas admite que houve sondagens de outras equipes.

– Há o interesse de alguns clubes, mas nada que resolva a saída dele. Já colocamos para a diretoria que a preferência é do São Paulo. Só queremos esperar um pouco – explicou.

A diretoria do Tricolor aceitou em aguardar o término do Brasileirão para voltar a conversar com o jogador.

– Desconheço propostas (por Danilo), mesmo porque não viriam para nós. Do ponto de vista do Brasil, a proposta que fizemos a ele é muito boa. Mas claro que sabemos que o mercado internacional pode dar posições financeiras mais favoráveis – argumentou Jesus Lopes. Nos bastidores do Palmeiras, o nome do atleta é comentado, mas Rinaldi nega qualquer sondagem vinda do Parque Antártica.

Já quem está mais perto de assinar a permanência no Morumbi é o jovem atacante Thiago Ribeiro. O presidente Juvenal Juvêncio está tratando pessoalmente com o empresário do atleta, Juan Figger, e está próximo de acertar a prorrogação do contrato por mais duas temporadas.

– Acredito que em breve deve haver uma definição para o Thiago ficar com a gente por mais dois anos – revela Jesus Lopes. A assessoria de Figger, por sinal, confirma que as conversas estão bem encaminhadas.

Assim como no caso de Thiago, a diretoria do Tricolor também espera resolver a situação de Mineiro nos próximos dias. “Para o Mineiro, fizemos uma proposta boa e estamos bastante otimistas em ter uma definição nos próximos dias”, adianta o diretor de futebol do clube. O volante recebeu sondagens de outros clubes e fala com cautela sobre o futuro.

– O assédio (de outras equipes) sempre existiu. Acima de tudo, precisamos ter uma conversa franca (com São Paulo). O importante é que existe interesse das duas partes para continuar. As coisas estão evoluindo. Neste momento, o melhor é ter calma e fazer um planejamento para que tudo dê certo – avisa Mineiro.

Considerado um dos pilares da equipe nessas últimas temporadas, o meio-campista recebeu proposta para renovar por mais três anos. No entanto, caso seja do interesse do atleta, a cúpula do Tricolor admite a possibilidade de diminuir o tempo de vínculo.

Por fim, com Fabão as conversas ainda estão em estágio inicial. Depois de um primeiro contato, a diretoria planeja fazer nova tratativa nesta sexta ou no início da próxima semana. Em 2004, o São Paulo teve a chance de lucrar com uma possível transferência do atleta para o futebol ucraniano, mas Juvêncio, então diretor de futebol, preferiu mantê-lo na equipe.

Apesar de admitir a possibilidade de perder algum atleta, Jesus Lopes garante que as negociações não foram adiantadas somente em função do temor de perdê-los devido à Lei Pelé.

– Sempre começamos a conversar com bastante antecedência. Em meados da Libertadores já iniciamos essas conversas, de maneira tranqüila e sem pressionar os atletas. Pode acontecer de um ou outro não continuar, mas estamos trabalhando em longo prazo. Não pensamos apenas em formar o time de 2007, mas também em formar a base de 2008 – finalizou.

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