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 | 05/09/2006 19h58min

Relator diz que é prematuro condenar Suassuna

Luiz Antonio Trevisan Vedoin vai depor amanhã, na Polícia Federal

O senador Jefferson Peres (PDT-AM), relator do processo disciplinar contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), disse que ainda é prematuro condenar o parlamentar por envolvimento no esquema de compra de ambulâncias a preços superfaturados com utilização de emendas parlamentares ao Orçamento da União.  Perez disse que antes de emitir seu parecer final que ouvir o depoimento de algumas testemunhas e do próprio Ney Suassuna.

– A culpabilidade do senador não está certa. Ainda não formei meu juízo. Vou ouvir as testemunhas e já até marquei o depoimento de Suassuna para a próxima terça-feira. Logo depois de ouvi-lo estarei apto a emitir meu parecer – disseo relator.

Perez participou hoje de reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que ouviu os empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin, Darci José Vedoin e Ronildo Medeiros, todos da Planan, empresa apontada como organizadora do esquema de fraude para a compra de ambulâncias a preços superfaturados.

Suassuna é um dos parlamentares acusados de receber propina em troca da apresentação de emendas ao orçamento para compras de ambulâncias superfaturadas. O dinheiro, segundo denúncias, teria sido depositado na conta de seu ex-assessor Marcelo Carvalho, a quem o senador acusa de ter participado do esquema sozinho.

Ao ser indagado se os depoimentos de hoje teriam contribuído no sentido de incriminar ou inocentar os três senadores (Suassuna, Magno Malta e Serys Slhessarenko) supostamente envolvidos no escândalo dos sanguessugas, Jefferson Perez respondeu:

– Não houve acréscimo e nem decréscimo nos depoimentos de hoje, ou seja, os depoentes não acrescentaram fatos novos, mas também não desmentiram tudo que haviam dito em outras ocasiões – afirmou.

O senador Demóstenes Torres, relator do processo contra o senador Magno Malta, também julgou que é para culpar ou inocentar qualquer um dos três senadores acusados de envolvimento com o esquema.

– Nos estamos só começando a investigação. Ninguém pode concluir nada ainda. A culpabilidade ou a inocência só será definida no final dos trabalhos – disse.

Contra Magno Malta pesa a denúncia de que teria recebido um carro da família Vedoin como comissão pela apresentação de emendas ao Orçamento. Em sua defesa, o senador alega que o automóvel foi um empréstimo pessoal do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), que também está sendo investigado por suspeita de participar do esquema.

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), que também assistiu aos depoimentos ao Conselho de Ética do Senado, disse ter certeza do envolvimento de Magno Malta (PL-ES), Ney Suassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT) no esquema dos sanguessugas. Biscaia também afirmou que os depoimentos de hoje teriam sido importantes para pesar contra os três senadores, em especial Ney Suassuna.

Depois de prestar depoimento, Darci José Vedoin sofreu uma queda de pressão e teve de ser atendido pelo Serviço Médico do Senado. Após o atendimento, Vedoin não quis falar com a imprensa. O filho dele, Luiz Antonio Trevisan Vedoin, volta a depor amanhã, na Policia Federal.

AGÊNCIA BRASIL
 
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