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 | 07/08/2002 22h22min

Governo dos EUA não ajudará diretamente a Argentina

O secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill, disse que qualquer ajuda à Argentina não chegará por intermédio do governo norte-americano, mas a partir de organismos multilaterais de crédito. O secretário, que encerrou nesta quarta, 7 de agosto, na Argentina um giro pela América do Sul, depois de passar por Brasil e Uruguai, declarou esperar que um entendimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) aconteça o "mais rapidamente possível".  

A Argentina precisa receber uma ajuda concreta ou uma rolagem da dívida com o FMI para evitar um default (calote) multilateral, que fecharia suas últimas portas para obter assistência financeira. O presidente argentino, Eduardo Duhalde, tinha esperanças de que O'Neill tivesse com a Argentina a mesma atitude adotada com o Uruguai, que recebeu antecipação de verbas do FMI pelo Tesouro dos Estados Unidos.

Enquanto O'Neill reunia-se com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, no dia de São Caetano, o padroeiro dos desempregados, milhares de pessoas enchiam uma igreja para rezar ao santo e pedir emprego e alimentos. Metade da população da Argentina vive na pobreza e o desemprego atinge níveis recordes de alta.

A Argentina vem negociando há oito meses uma ajuda com O FMI. No café da manhã que teve com o secretário norte-americano, Lavagna tentou convencê-lo de que o país está cumprindo as receitas do FMI e saindo da crise. Na saída do encontro, no Ministério da Economia, manifestantes de esquerda haviam atacado com ovos o carro que transportava O'Neill.

 
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