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 | 22/08/2006 18h49min

Deputados farão ato pelo fim do voto secreto

Parlamentares dizem que a situação é excepcional e querem apurações rápidas

Deputados que integram a CPI dos Sanguessugas e a Frente Parlamentar pelo Fim do Voto Secreto farão nesta terça-feira, na tribuna do plenário da Câmara, um ato para a apuração rápida e transparente das denúncias sobre o envolvimento de parlamentares na máfia das ambulâncias e o fim do voto secreto.

O deputado João Alfredo (PSOL-CE) propôs que a Câmara vote no próximo esforço concentrado, marcado para a primeira semana de setembro, a PEC que acaba com o voto secreto nas votações da Câmara e do Senado.

– Quando se cria um mecanismo regimental que esconde do verdadeiro detentor da soberania, que é o povo, as posições dos representantes que aqui estão, estamos, na verdade, ferindo o princípio da representação popular, democrático, uma vez que devemos a nossa eleição ao povo e a ele temos que nos reportar e abrir todas as nossas posições e votos – declarou.

O deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP) também defendeu que a Câmara adote o voto aberto no processo contra os deputados citados por suposto envolvimento no esquema dos sanguessugas. Fantazzini defendeu ainda a criação de uma ampla frente parlamentar que "tenha o desejo, a vontade e o ímpeto de fazer com que haja o resgate das instituições, o respeito à lei e ao tratamento com igualdade e isonomia a todos os brasileiros".

Em discurso no plenário, o deputado argumentou que a grande quantidade de deputados envolvidos (69, sendo que dois renunciaram ao mandato) criou uma "situação de excepcionalidade que dispensaria a regra tradicional" do voto secreto em processos desse tipo.

– O momento é excepcional, isso deve garantir que o rito seja sumário. Aquele que tem prova inequívoca contra si não pode ter o mesmo tratamento alongado – declarou.

Fantazzini também cobrou da Mesa Diretora da Câmara uma resposta sobre o fato de o processo de cassação contra o deputado José Janene (PP-PR) ainda não ter sido pautado para votação em plenário.

– Não há resposta. Há muitos questionamentos que precisam ser respondidos, e os que gozam de cargos de direção na Mesa não parecem querer responder, possibilitando o desgaste da instituição que é pilar da democracia – disse.

Essa demora, considera o deputado, levaria ao questionamento por parte da sociedade sobre a seriedade com a qual seriam tratados os parlamentares denunciadas na CPI das Sanguessugas.

– Além desses questionamentos, a sociedade começa a se questionar também sobre a existência de candidaturas abusando sistematicamente da legislação eleitoral, e não há um resposta mais firme da Justiça Eleitoral – declarou.

AGÊNCIA O GLOBO

 
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