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 | 31/07/2002 13h06min

Uruguai estende feriado bancário até sexta

Governo descarta adoção de corralito

O governo uruguaio decidiu nesta quarta-feira, dia 31, estender até o final de semana o feriado bancário que havia adotado por 24 horas. O ministro uruguaio da Economia, Alejandro Atchugarry, descartou "totalmente" a implantação de um corralito, medida adotada pela Argentina que restringe o saque de depósitos no sistema financeiro.

Durante entrevista na sede da Presidência, Atchugarry reiterou o – absoluto compromisso (do governo uruguaio) de defender o correntista. O Banco Central do Uruguai (BCU) decretou feriado bancário na terça-feira passada em meio a uma incontrolável sangria de recursos, que este ano já drenou mais de 70% das reservas do país e provocou uma corrida aos bancos.

Atchugarry, que assumiu o cargo este mês, após a saída de Alberto Bensión, disse que o país aguarda o resultado da missão enviada a Washington em busca de ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional FMI).

– Basicamente, o que estamos fazendo é esperar – disse Atchugarry.

O ministro explicou que o feriado bancário foi adotado devido à suspensão das atividades do Banco Montevidéu-Caixa Operária, a terceira maior entidade privada do país, por parte do BCU. O banco sofreu intervenção do governo em junho por falta de liquidez e por ter supostamente desviado fundos.

– Havíamos chegado ao limite possível e talvez excedido a assistência que o Banco Central e o governo poderiam dar a esse banco, que inclusive é objeto de ações legais por parte da República – disse o ministro.

Segundo o canal de TV Teledoce, o governo estuda ainda a reestruturação do Banco da República e do Banco Hipotecário, ambos estatais. Atchugarry afirmou que o governo reformulará a lei que regula a atividade bancária e que espera que o Congresso aprove as mudanças até segunda-feira.

Conforme o jornal El País, o Uruguai deve receber até a próxima segunda-feira uma ajuda internacional de até US$ 1,5 bilhão. Os recursos, segundo o jornal, fariam parte de um pacote organizado pelos Estados Unidos e respaldado pelo G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo: EUA, Alemanha, Japão, França, Itália, Reino Unido e Canadá), pelo FMI, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (Bird).

Federico Gutierrez  / Reuters

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Foto:  Federico Gutierrez  /  Reuters


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