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 | 30/07/2002 00h07min

Após nove meses, Dão volta com fome de bola

Jogador fez o gol da vitória no amistoso contra Botafogo no domingo

Quem foi ao Estádio Orlando Scarpelli no último domingo, 28 de julho, para participar de uma festa, acabou presenciando uma redenção: nove meses após sofrer uma lesão grave, o atacante Dão reaparecia, decisivo como sempre, marcando o gol da vitória sobre o Botafogo.

Na segunda foi o dia de saborear a volta por cima, que é mais gostosa quando vem após muito sofrimento, como o próprio jogador acredita. E de agradecer, e muito, às pessoas que estiveram de seu lado nos momentos difíceis e colaboraram para o retorno.

No vestiário, após o jogo, Dão já fazia um pronunciamento de gratidão para os demais companheiros do grupo, que ajudaram na sua cruzada. Até mesmo "aliviando" nas divididas durante os treinos, para não pôr em risco a sempre delicada recuperação de um atleta de 36 anos de idade. Agora o alívio é grande, mas existiu pelo menos um instante em que o jogador temeu pelo seu futuro.

No momento da fratura na tíbia direita - após um choque com o volante Perivaldo, então no Avaí, no clássico pela Série B de 2001, no dia 28 de outubro de 2001 -, Dão imaginou que sua carreira estava encerrada.

– Quando vi a perna inchada, pensei que tudo havia acabado – revelou na tarde desta segunda.

Somando as três lesões sérias que sofreu desde que chegou ao Figueirense, em 16 de julho de 2000 – as outras foram um estiramento e um tumor beinigno, todas na tíbia direita – foram quase 15 meses de inatividade. Ou seja, mais de 60% do tempo esteve no departamento médico. O longo período no estaleiro fez surgir no atacante, de uma correção ímpar, um sentimento de débito com o clube alvinegro.

– Quero fazer pelo Figueirense tudo aquilo que fiz em outros clubes, mas que ainda não consegui aqui – explica.

E pode fazer mesmo, tanto dentro de campo, com seu eterno faro de artilheiro, e fora de campo, com sua experiência. Afinal, foram cinco anos na Série A, inclusive com um vice-campeonato brasileiro, no Vitória, em 1994.

– Estava com muita vontade de voltar para a Primeira Divisão – comemora.

E já faz os cálculos, avaliando as possibilidades do alvinegro repetir o clube baiano e realizar uma campanha surpreendente.

– Naquela época, o Vitória já tinha uma boa estrutura, mas o Figueirense tem um grupo de jogadores muito forte, temos todas as chances – analisa.

Com essa fome de bola, é bom acreditar.

MAURICIO XAVIER/DIÁRIO CATARINENSE
 
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