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 | 04/08/2006 11h14min

Divergências sobre alcance de ofensiva divide Israel

Primeiro-ministro mostrou-se reticente sobre extensão da ofensiva terrestre

O governo de Israel está divido sobre o alcance da ofensiva militar no sul do Líbano, que para alguns ministros deve se estender até o rio Litani, a 30 quilômetros da fronteira, enquanto para outros deve permanecer nas regiões mais próximas ao território de Israel.

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, mostrou-se reticente sobre a extensão da ofensiva terrestre, enquanto o titular da Defesa, Amir Peretz, comunicou aos comandantes militares que se preparem para a próxima etapa da operação, que chegaria ao rio.

Observadores afirmam que, caso o raio da ofensiva terrestre seja ampliado, é muito provável que seja preciso fazer uma nova convocação de reservistas, que se somariam aos 10 mil que já foram mobilizados desde o começo da crise, que teve início no último 12 de julho com o seqüestro de dois soldados israelenses pelo Hezbollah.

Peretz considera necessário chegar até o sul do rio Litani pois, segundo sua opinião, seria a melhor maneira de neutralizar os lançamentos de mísseis de curto alcance pelo Hezbollah.

No entanto, segundo informa hoje a edição eletrônica do jornal israelense Ha'aretz, Olmert considera que os riscos e o desgaste de uma ofensiva de longo alcance não compensariam os resultados obtidos, por não conseguir eliminar a ameaça dos mísseis de longo alcance em poder do Hezbollah.

Por outro lado, o Exército ainda não solicitou a autorização necessária ao Executivo para ampliar as operações até o rio Litani, informou hoje a rádio estatal israelense. Em declarações à rádio, o ministro da Habitação de Israel, Meir Sheetrit disse hoje que se opõe à extensão das operações, pois "milhares de soldados ficariam expostos ao fogo do Hezbollah.

Assim como Olmert e outros ministros israelenses, Sheetrit considera que o Exército deve permanecer posicionado em uma "zona de segurança" de 8 ou 10 quilômetros em direção ao interior do território libanês, sem avançar ao menos por enquanto, e à espera das decisões da comunidade internacional sobre o envio de uma força de segurança para a região.

Os ataques lançados ontem pelo Hezbollah contra o norte de Israel, que causaram a morte de oito civis, além de outros quatro soldados que faleceram nos combates com a milícia xiita no sul do Líbano, aumentaram a convicção de Peretz sobre a necessidade de estender a ofensiva no território libanês. O plano proposto por Peretz prevê que o Exército chegue até o porto libanês de Tiro, que seria ocupado por tropas israelenses, segundo o Ha'aretz.

A Força Aérea israelense lançou nas primeiras horas de hoje um intenso bombardeio contra os subúrbios do sul de Beirute, e realizou 24 incursões em menos de uma hora com o objetivo de debilitar o Hezbollah ao máximo, segundo a imprensa israelense.

Os aviões israelenses lançaram um grande número de explosivos sobre os edifícios da região sul da capital libanesa, onde está o quartel-general do Hezbollah e a emissora de televisão Al-Manar.

AGÊNCIA EFE
 
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