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 | 25/07/2006 12h38min

Líbano tenta voltar à normalidade em meio a ataques no sul

Ambiente no centro de Beirute é de aparente tranqüilidade

A vida volta ao normal aos poucos nos bairros e nas áreas libanesas afastadas dos lugares atacados por Israel, enquanto continuam os bombardeios e os combates no sul do país. No bairro de Beirute de Hamra, o tráfego foi intenso durante a manhã, a maioria das lojas abriu suas portas e alguns cafés e restaurantes estavam cheios.

Embora houvesse tráfego no centro de Beirute, a maioria das lojas manteve suas portas fechadas e em alguns cafés diplomatas, chefes das missões da ONU e políticos se reuniam para falar sobre os últimos eventos. Nos arredores da capital, entretanto, nada estava aberto, como se a região fosse uma ilha. Até mesquitas e igrejas estavam vazias. Se em alguns lugares o lixo se acumulava, em outros se via a limpeza, como se a cidade não quisesse perder sua dignidade.

– É uma forma de resistência. É verdade que o drama humano é imenso, mas, no que se refere às casas, elas poderão ser reconstruídas e, em breve, surpreenderemos o mundo com nosso dinamismo – disse um dentista que não quis se identificar.

Os bombardeios aéreos, marítimos e terrestres israelenses contra o Líbano, que entraram em seu 14º dia, deixaram mais de 370 mortos, cerca de 1,5 mil feridos, mais de 700 mil deslocados e perdas materiais avaliadas em vários bilhões de dólares.

As administrações públicas voltaram a funcionar depois que um comunicado do governo pediu aos funcionários que voltassem ao trabalho. As pessoas que vivem nos bairros do sul de Beirute, no entanto, não foram trabalhar, já que tudo está destruído. Embora o comércio esteja quase vazio, algumas pessoas não se sentem impedidas de voltar a caminhar pelas ruas como antes.

Enquanto isso, continuam os combates na região fronteiriça de Bint Jbeil e Yarun entre soldados israelenses e combatentes do Hezbollah. As televisões locais mostram colunas de tanques israelenses tentando entrar em Bint Jbeil, considerada um reduto do Hezbollah, após ter tomado o controle, no domingo, de Maroun al-Ras, outra localidade na fronteira entre Líbano e Israel.

Na segunda-feira à noite, Israel tinha enviado reforços aos arredores de Maroun al-Ras para se preparar para a batalha travada pela tomada da cidade. A Resistência Islâmica, braço armado do Hezbollah, desmentiu em comunicado que o Exército israelense tenha tomado Bint Jbeil, como anunciou a rádio pública de Israel.

A milícia xiita afirmou que a cidade, que contava, antes dos combates, com cerca de 30 mil habitantes, "está fora do controle das forças de ocupação" e os violentos confrontos nos arredores da localidade "ainda continuam". O Hezbollah anunciou que disparou cerca de 30 foguetes Katyusha no norte de Israel, deixando pelo menos oito feridos, sete deles em estado grave.

A Agência Nacional de Notícias libanesa (NNA) afirmou que a marinha israelense iniciou hoje uma ação contra uma região entre a localidade fronteiriça de Nakura, onde está a Força interina das Nações Unidas (Finul), e a cidade de Tiro, no sul do Líbano.

Pela manhã, nove pessoas morreram em um bombardeio israelense contra a cidade de Nabatiye, no sul do país.

AGÊNCIA EFE
 
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