A imprensa francesa quebrou nesta segunda o tabu da titularidade indiscutível de Zinedine Zidane, perguntando se o capitão da seleção deveria ficar no banco no jogo de amanhã contra a Espanha, pelas oitavas-de-final.

A dúvida surge após a constatação que, na vitória de 2 a 0 sobre o Togo – a única da seleção até agora no Mundial – a equipe não contou com Zidane, ausente por levar dois cartões amarelos. Inclusive, a imprensa lembrou que o jogador, que deixará o futebol após a Copa, completou 34 anos justamente no dia do jogo contra os africanos. "Com ou sem Zidane?" foi a manchete do L'Humanité, perguntando se o capitão da seleção francesa "continua sendo uma peça-chave" da equipe ou "tornou-se um estorvo".

"Já que tudo caminha bem sem ele, melhor continuar assim", diz a publicação, que afirma, no entanto, que Zidane "conhece à perfeição" a equipe espanhola e pode decidir o jogo.

"Seria criminoso prescindir do seu talento, porque a partida contra o Togo confirmou que Zidane não tem substituto", disse, por outro lado, o Le Figaro, mas reconhecendo que o meio-campo esteve discreto contra a Suíça e desaparecido na partida com a Coréia do Sul.

O Le Figaro pergunta ainda se "as pernas de Zizou" agüentarão os 90 minutos do jogo contra a Espanha. "Sua estréia no Mundial incita a pensar o contrário", completa a publicação sobre sua presença como titular, antes de lembrar que o jogador caiu de rendimento uma hora depois dos jogos contra Suíça e Coréia do Sul.

"Zidane ainda pode ser o salvador?", pergunta o Le Parisien, que defende a titularidade do meio-campo porque os grandes jogos são para os grandes jogadores.

"Aqueles que o criticam esqueceram tudo que ele é capaz de fazer em campo. Pouco importa que talvez desacelere o jogo ou já não seja tão decisivo como antes", aponta o jornal. Por sua vez, o jornal esportivo L'Equipe analisa os pontos fracos e fortes das equipes da Espanha e França, mas não entra no debate sobre Zidane.

AGÊNCIA EFE