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Polícia reinicia buscas ao corpo do jornalista Tim Lopes nesta terça

Três ossadas foram encontradas na Favela da Grota

O representante da Associação dos Moradores da Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, na Penha, subúrbio da capital, João Rato, pouco ajudou nas investigações sobre a morte do jornalista Tim Lopes em depoimento concedido nesta segunda-feira, dia 10, na 22ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. A polícia esperava obter dele informações sobre a influência do tráfico em um baile funk que acontece aos domingos na favela. Foi para investigar denúncias de tráfico e show erótico envolvendo menores neste baile que o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, foi à Vila Cruzeiro há uma semana e acabou sendo morto.

João Rato disse à polícia que é apenas o diretor administrativo da associação e que quem preside a entidade é o morador José Pimenta. Ele negou ter sido indicado por traficantes para liderar os moradores da favela. A polícia deve ouvir nesta terça, dia 11, o presidente da associação, José Pimenta, e os músicos que comandam o baile funk no local.

Em operação na Favela da Grota, também no Complexo do Alemão, nesta segunda-feira, policiais do 16º Batalhão encontraram armas, munição, uma granada, maconha e uma moto roubada na casa de Renato de Souza Paula, conhecido como Ratinho, traficante ligado ao grupo de Elias Maluco, que seria o mandante da execução de Tim Lopes. Ratinho foi apontado por dois traficantes presos domingo como um dos executores do jornalista. Na reportagem da TV Globo "Feirão do Pó", pela qual Tim Lopes recebeu o primeiro Prêmio Esso de Telejornalismo, Ratinho aparece empunhando um fuzil. Ele chegou a ser preso em outubro do ano passado, mas fugiu.

Cerca de 50 policiais fizeram buscas durante o dia atrás do corpo do jornalista. No início da tarde foram encontradas três ossadas na Favela da Grota. Antes de anoitecer, os policiais suspenderam a operação, já pela manhã de terça, reiniciam-se as buscas.

Segundo os dois bandidos presos domingo, o repórter Tim Lopes, de 51 anos, foi torturado e executado no final da noite do dia 2 de junho, naquela favela. A polícia investiga a informação de que o corpo do jornalista esteja enterrado no alto daquele morro, ao lado de uma caverna que os bandidos chamam de "microondas", pois é usada para queimar os corpos de seus rivais.

Os bandidos Fernando Sátiro da Silva, de 25 anos, o Frei, e Reinaldo Amaral de Jesus, de 23 anos, o Cabê, foram presos em casa no último domingo, enquanto dormiam, no Morro da Caixa D’água, às 7h, durante uma operação que durou uma hora e 30 minutos e mobilizou 50 policiais civis. Eles negam a participação na execução do repórter. No entanto, contam em detalhes o momento em que o jornalista foi levado pelos traficantes e seu assassinato.

 
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