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 | 14/05/2006 18h46min

Sistema Penal de Santa Catarina em alerta

"Assassinatos não podem servir como exemplo", diz PC catarinense


Embora nunca tenha ocorrido em Santa Catarina rebeliões ou sucessivos crimes em represália contra a polícia, a série de ataques a agentes de segurança neste fim de semana em São Paulo preocupou as autoridades catarinenses. Todo o sistema prisional e as unidades das polícias Civil (PC) e Militar (PM) permanecem em estado de alerta.

De acordo com o chefe da PC de Santa Catarina, delegado Ilson da Silva, a maior preocupação é que os assassinatos sirvam como exemplo para outras facções criminosas.
 
– Desde que foram registrados os primeiros dessa série de crimes covardes, que acabam matando não apenas policiais inocentes como membros da sociedade civil, reforçamos as inteligências das polícias e elaboramos estratégias sigilosas para evitar que a situação se repita – diz Silva.

Como em Santa Catarina não há registro de ligação com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) - organização para a qual foi delegada a autoria dos crimes cometidos desde sexta-feira no estado paulista - a Secretaria de Segurança Pública catarinense não concentra a preocupação em supostos membros da facção em Santa Catarina. Pretende-se sim, afirma o secretário de Segurança, coronel PM Djair Vicente Pinto, direcionar ações para evitar o surgimento de vínculos com o PCC.

– Esse desafio à autoridade constituída só revela a falta de segurança da sociedade como um todo, por isso vamos reforçar o trabalho para investigar a instalação de células criminosas em Santa Catarina – diz Djair.

Investimento precário

A falta de investimento em segurança pública, por parte do governo federal, e a falência do sistema prisional são algumas das causas apontadas por profissionais da área para as rebeliões e crimes ocorridos nos últimos dias. Somente em Santa Catarina, há um déficit de 2 mil vagas.

Nos últimos três anos, o número de detentos no estado passou de 6 mil para 9,3 mil, enquanto o investimento no setor foi reduzido de R$ 7 milhões (em 2003) para R$ 2 milhões em 2005.

– Existe urgência na conclusão de cinco presídios federais que estão em construção e na aplicação de regras mais rígidas. Além de todos os problemas, ainda temos que contar com a hipocrisia do discurso com relação aos direitos humanos, que acaba fomentando tal comportamento do crime organizado no Brasil  – observa Djair.

DIÁRIO CATARINENSE

 
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