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 | 10/01/2006 17h46min

Palocci espera que economia não pare em ano eleitoral

Diretor do FMI diz que Fundo acreditava que Brasil declararia moratória em 2003

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, espera que as forças políticas tenham consciência de que a economia do país não deve parar em um ano eleitoral. Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, para a oficialização do pagamento da dívida de US$ 15,44 milhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Palocci pediu que os partidos propiciem o crescimento estável e a votação das reformas necessárias ao Brasil em 2006.

No evento, no qual estiveram presentes também o diretor-gerente do Fundo, Rodrigo de Rato, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Palocci destacou os números da economia no ano passado, afirmando que o dispêndio de recursos em programas sociais trouxe reflexos positivos. Segundo Palocci, os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que houve significativa redução da pobreza e da desigualdade em 2005, mas reconheceu que ainda há muito a fazer.

– O governo está consciente da evolução da economia e da necessidade de se investir mais em infraestrutura e em projetos sociais. Estes dispêndios atrairão novos negócios para o Brasil – disse o ministro.

Palocci acrescentou que busca um aumento da produtividade e do crescimento sustentável para o país, tendo como perspectivas a longo prazo a diminuição da rigidez do orçamento e a revisão de compromissos com despesas sociais, possibilitando maior acesso aos trabalhadores ao crédito consignado.

Rodrigo Rato, por sua vez, diz que o pagamento da dívida é motivo de orgulho para o FMI e que o Fundo continuará a apoiar o país a consolidar o desenvolvimento e a melhorar os padrões de vida da população, especialmente dos pobres. Rato afirmou que o Fundo acreditava que o Brasil declararia em 2003 moratória da dívida – realizada junto ao Fundo em 2002 –pois passava por uma crise de confiança no mercado internacional.

Entretanto, segundo o diretor-gerente, três anos mais tarde o país conseguiu melhorar de forma expressiva sua situação, ao reduzir o risco-país ao nível mais baixo de seu histórico, elevando ainda suas reservas e propiciando queda na taxa de desemprego em torno de 10%. A melhoria destas condições possibilitou o pagamento antecipado ao Fundo, afirma Rato. Porém, o diretor cobrou do governo Lula progressos na autonomia do Banco Central, o que, segundo ele, daria maior credibilidade e propiciaria a redução da taxa real de juros.

– Estamos à disposição do Brasil para propiciar o equilíbrio da política econômica e o aumento crescimento e das exportações – afirmou Rato.

 
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