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 | 07/12/2005 08h53min

Delúbio dá nova versão para pagamento à Coteminas

Ex-tesoureiro do PT diz que dinheiro para empresa de Alencar era de Valério

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares deu hoje uma nova versão para o pagamento de um R$ 1 milhão à Coteminas, empresa do vice-presidente da República, José de Alencar. Segundo Delúbio, o dinheiro de caixa dois repassado pelo PT à Coteminas era do valerioduto, o esquema operado pela direção do PT e pelo empresário Marcos Valério e que está sob investigação de duas CPIs, da Polícia Federal e do Ministério Público.

Na nota, Delúbio disse que se confundiu quando foi perguntado pela primeira vez sobre o depósito.

– Quando perguntado sobre esse pagamento, lembrei-me de sua ocorrência mas me equivoquei, achando que tinha sido feito com recursos contabilizados. Na verdade o pagamento foi feito em espécie, com dinheiro que tinha origem nos empréstimos feitos por Marcos Valério ao PT. Trata-se do valor que, daqueles empréstimos, foi reservado para despesas do diretório nacional do partido – afirmou o ex-tesoureuiro.

No texto distribuído pelo escritório de advocacia de Arnaldo Malheiros Filho - o mesmo que foi contratado pelo PT por R$ 300 mil, mas com quem o partido se recusou a prorrogar o contrato - confirma ainda que a origem da dívida é a confecção de camisetas para a campanha de 2004 e faz um histórico da negociação com a empresa.

– Depois das eleições, como é notório, o partido teve grande dificuldade em quitar suas dívidas e, por causa disso, conseguiu postergar o pagamento de seu débito com a Coteminas, combinando que o mesmo seria quitado em três parcelas, no final de 2004. Novas dificuldades financeiras do partido impediram que as parcelas fossem honradas na forma acordada  – diz o texto.

O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), afirmou que não há previsão para o partido pagar a dívida de R$ 11 milhões com a Coteminas. O PT reconheceu que a primeira parcela, no valor de R$ 1 milhão, foi paga pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares com recursos de caixa dois. Ele confirmou que o dinheiro foi encaminhado à Coteminas pela coordenadora administrativa do PT, Marice Lima. Segundo Berzoini, Marice cumpriu ordens de Delúbio e não será demitida.

A Polícia Federal informou que deverá interrogar ainda esta semana o ex-tesoureiro Delúbio Soares para que ele explique as transações entre o PT e a Coteminas. O delegado Luís Flávio Zampronha deverá ainda chamar para depor a coordenadora administrativa do PT, Marice Correia Lima, responsável pela entrega de R$ 1 milhão do PT à Coteminas em maio deste ano.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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