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Agência classificadora de risco dá nota positiva para o Brasil

Em clima de otimismo, o dólar comercial caiu 1,58% nesta quarta-feira, dia 27, atingindo R$ 2,357 na venda, a mais baixa cotação desde 8 de janeiro. A moeda norte-americana se desvalorizou 2,36% neste mês, mas no ano ainda acumula valorização de 1,77%.

Impulsionaram a recuperação do real ante o dólar o anúncio do fim da recessão nos Estados Unidos, feito por Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, e a melhora da classificação de risco do Brasil pela agência Moody"s. Também contribuíram para o otimismo os índices de inflação divulgados nesta quarta. Segundo relatório da Moody"s, o Brasil é o país que melhor resiste às crises econômicas e aos contágios regionais. Por isso, a agência aumentou a nota atribuída à economia do país, de "estável" para "positiva". Esta mudança não significa modificação rápida das atuais notas dadas à dívida brasileira, mas é sinal de encorajamento para o país.

– Esta resistência do Brasil (às crises regionais) é apoiada por políticas macroeconômicas apropriadas e pelo impacto benéfico de vários anos de progresso na consolidação de lucros obtidos com ajustes orçamentários e disciplina em todos os níveis de governo – destacou Ernesto Martinez-Alas, economista-chefe do Moody's.

Entre os choques que o país enfrentou, a Moody's citou o racionamento de energia e a deterioração da economia argentina. A Moody's garante também que vai continuar monitorando de perto o superávit primário do país, assim como a corrida à sucessão presidencial. 

O boletim de conjuntura do Instituto de Economia Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento, também incentivou o otimismo. Segundo o documento, divulgado nesta quarta, a economia do país deve melhorar este ano, e o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 2,5% este ano.

Para o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea, Paulo Levy, o aquecimento da economia brasileira este ano deve-se ao fim do racionamento, à continuidade da trajetória de queda da taxa básica de juros e à melhora do cenário internacional, com a recuperação da economia norte-americana, apesar da crise argentina. Segundo o economista, a Selic (taxa básica de juros) cairá dos atuais 18,75% ao ano para 17% ao ano no final de 2002.


 
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