O administrador dos planos da Varig no fundo de pensão Aerus, Erno Brentano Dionísio, foi escolhido hoje representante dos credores da classe 2 da companhia aérea, ou seja, os credores com garantias. Na votação para formar comitê de credores, que não teve a participação dos trabalhadores da Varig, concorreu tamém a Brazilian American Merchant Bank, que é a offshore do Banco do Brasil. O presidente do Fundo Aerus, Odilon Junqueira, foi indicado como primeiro suplente, e o gerente-geral financeiro do fundo, Rudolf Christian Pfeifer, como segundo suplente.

Os credores da classe 1, da qual fazem parte os trabalhadores da Varig, não tiveram votação porque seus sindicatos decidiram não participar da assembléia em protesto à determinação judicial que permite que apenas trabalhadores sindicalizados possam ser representados pelas organizações. O advogado do Grupo de Associações de Pilotos, Comissários e Mecânicos de Vôo, que congregam o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Jorge Lobo, afirmou que vai pedir direito de reparação pela não participação na assembléia. De acordo com Márcio Marsilac, coordenador do TGV, a atitude dos sindicatos de ir até a porta da assembléia e não participar torna vulneráveis os trabalhadores da companhia que não terão como participar da recuperação da empresa.

– Os sindicatos não quiseram fazer acordo conosco porque sabiam que não seriam titulares no comitê de credores, já que o maior número de créditos a receber por parte dos trabalhadores está ligado a 2.546 procurações enviadas à TGV no valor de R$ 45 milhões. Nesse caso, os sindicatos seriam suplentes e, por isso, se negaram a participar. Quem vai responder por danos futuros aos funcionários serão os sindicatos – disse Marsilac.