| 19/09/2005 23h04min
O empresário Dody Sirena acusou o ex-presidente do Grêmio José Alberto Guerreiro de ter preparado "uma grande engenharia meticulosa para benefício próprio" no caso dos cheques da ISL.
Em interrogatório na 1ª Vara Criminal, ao qual Zero Hora teve acesso, Sirena disse "jamais ter ouvido falar das multas ou visto os três cheques". As multas, por atraso na contratação de Amato, Astrada e Paulo Nunes, totalizavam US$ 310 mil e foram pagas com três cheques pela empresa suíça ISL, ex-parceira do Grêmio.
O dinheiro, contudo, jamais foi registrado na contabilidade do clube. Após endossados, os três cheques foram descontados e negociados com doleiros de Santa Catarina e Brasília, o que gerou inicialmente um inquérito policial e posterior ação na justiça. Sirena nega ter endossado os cheques. Após descobrir que as multas inexistiam, a massa falida da ISL ingressou com ação contra o Grêmio cobrando a devolução do dinheiro.
Mesmo dizendo trabalhar exclusivamente com espetáculos musicais, Sirena confirma ter assinado em nome do Grêmio o acordo de transferência do centroavante Guilherme, em 1997.
– Ele obteve uma procuração do clube para assinar. Como o Grêmio tinha pressa para trazer o jogador e gastaria muito tempo viajando à Espanha, solicitou a Dody que o representasse – afirma o advogado.
Lia Pires informa que a procuração dada pelo Grêmio também está nos autos do processo.
Em seu interrogatório, Sirena também disse ser falso um fax da empresa espanhola Bahía Torneos y Conciertos, anexado ao processo pela defesa de Guerreiro. No fax, o presidente da Bahía, Joaquin De Domingo, afirma ter negociado com Glasgow Rangers, River Plate e Palmeiras as multas relativas aos três jogadores. Segundo Sirena, a falsidade teria sido comprovada por perito contratado pelos advogados da Bahía.
LUÍS HENRIQUE BENFICA/ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.