A mensagem póstuma de Mohammed Sidiq Khan, um dos terroristas suicidas responsáveis pelos atentados de 7 de julho em Londres, alimentou hoje no Reino Unido o debate sobre a guerra no Iraque.

Com horror e medo, os britânicos tentam assimilar as palavras de quem a polícia considera líder da célula terrorista de 7 de julho, que, num vídeo divulgado pela rede árabe Al Jazira, diz:

– Isto é uma guerra e eu sou um soldado. Khan, casado e pai de um bebê, culpa pelos atentados a política externa dos Governos ocidentais e também os cidadãos, que, com seus votos, perpetuam as atrocidades contra os muçulmanos. Enquanto não nos sentirmos seguros, vocês serão um alvo. Enquanto não deixarem de bombardear, encarcerar e torturar meu povo, não abandonaremos esta luta – advertiu o terrorista.

Suas palavras, claras e firmes, ecoam hoje nas televisões britânicas e aparecem em destaque nos jornais, acompanhadas de imagens suas com um turbante na cabeça. No mesmo vídeo, mas talvez não gravado ao mesmo tempo, há uma mensagem do egípcio Ayman al Zawahri, lugar-tenente da Al-Qaeda, que atribui os atentados de Londres a esta organização e afirma que são "um tapa na cara de Blair" por apoiar a invasão do Iraque.

No entanto, o ministro britânico de Exteriores, Jack Straw, reiterou que "não há justificativa para o terrorismo" e disse aos que o defendem em nome do Islã que, freqüentemente, as vítimas são seus próprios correligionários muçulmanos. Alguns especialistas assinalam que o vídeo pode ser uma estratégia de propaganda da Al Qaeda, que tenta capitalizar os ataques de 7 de julho na capital britânica, que deixaram 56 mortos, incluindo os quatro terroristas, e 700 feridos.

AGÊNCIA EFE