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 | 18/07/2005 11h01min

Tesouro inicia retirada do mercado dos C-Bonds

Objetivo é melhorar o perfil de pagamento futuro da dívida

O Tesouro Nacional iniciou hoje uma operação para retirar do mercado os títulos C-Bonds. A operação tem como objetivo melhorar o perfil de pagamento futuro da dívida. O C-Bond faz parte da dívida externa brasileira e foi emitido em 1994 durante a renegociação dos débitos de países emergentes com problemas para honrar seus compromissos, entre eles, o Brasil. O papel foi o título brasileiro mais negociado no Exterior até os primeiros anos desta década e chegou a servir de referência sobre o grau de confiabilidade da dívida do país. Na permuta iniciada hoje serão emitidos títulos sem cláusula de recompra antecipada e com cronograma de amortização semelhante ao do C-Bond, porém deslocado no tempo por prazo a ser definido em leilão.

Hoje o estoque de C-Bonds em poder do mercado soma US$ 5,6 bilhões. Quando os emitiu, o governo brasileiro previa resgatar os papéis somente em 15 de abril de 2014, quando ocorreria seu vencimento. O pagamento semestral de juros ocorre em abril e outubro. O Tesouro, entretanto, entendeu que era vantajoso para o país e para o investidor retirar do mercado títulos de uma dívida que resultaram de uma moratória e, agora, irá oferecer novos papéis aos detentores de C-Bonds realizando, dessa forma, uma troca.
 
O Capitalization Bond, ou C-Bond, foi emitido em abril de 1994 dentro do chamado Plano Brady, para renegociação da dívida externa brasileira. Foram emitidos US$ 7,4 bilhões com o título, cujo vencimento está marcado para abril de 2014. A renegociação aconteceu após uma crise na década de 80, quando vários países – entre eles o Brasil – se viram obrigados a pedir moratória de suas dívidas. Para evitar um problema sério à contabilidade dos bancos credores, o governo dos Estados Unidos optou por propor uma renegociação dessas dívidas, trocando títulos vencidos por novos papéis, com prazos mais longos e condições mais brandas de pagamento.

O nome Plano Brady é originário do nome do então secretário do Tesouro americano, Nicholas Brady. Foi ele quem viajou pelos países para propor a renegociação das dívidas. Até hoje, os títulos oriundos desse acordo são chamados bradies.

Na época, o Brasil emitiu nove títulos, que representavam US$ 50 bilhões. Desses, o C-Bond é o único que tem liquidez significativa e, até bem pouco tempo atrás, era o papel brasileiro mais negociado. Hoje, esse posto pertence ao Global 40, bônus global de 40 anos, emitido em 2000.

Entre as regras de emissão do C-Bond está a previsão de pagamentos semestrais desde 2004 e foi emitido num valor total de US$ 7,4 bilhões. Por ser o papel mais líquido do país, o C-Bond já sofreu bastante volatilidade nos últimos anos, chegando a ser negociado por 50% do seu valor de face em 2002, na época do estresse pré-eleitoral.

Devido ao perfil dos bradies, muitos fundos internacionais fazem restrições a esse tipo de título, dando preferência ao perfil mais moderno e "limpo" dos bônus globais. Por conta disso, há interesse do país de trocar os bradies por bônus, melhorando o perfil da dívida externa.

Com informações da Agência O Globo e do Tesouro Nacional.


 
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