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 | 09/05/2005 21h35min

ONU pede devolução de documentos enviados aos EUA

Funcionário que investigava programa levou informações ao deixar caso

A Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou nesta segunda, dia 9, um requerimento a um tribunal pedindo que seja bloqueado o acesso do Congresso americano aos papéis da investigação interna do programa humanitário Petróleo por Comida.

Este pedido incomum é dirigido especialmente a Robert Parton, um ex-agente do FBI que fazia parte da equipe de especialistas independentes nomeados pela ONU para investigar o escândalo, e que há algumas semanas renunciou ao cargo levando com ele uma importante documentação.

Parton renunciou por não concordar com o último relatório de sua equipe, dirigida pelo ex-presidente do Federal Reserve, Paul Volcker, por considerar que era muito benevolente com o secretário-geral Kofi Annan. Na semana passada, após ser citado judicialmente, Parton deu informações a uma subcomissão do Congresso que também investiga o escândalo do programa humanitário, que proporcionou comissões milionárias ao ditador iraquiano Saddam Hussein.

Com o requerimento judicial apresentado nesta segunda, a comissão Volcker pede de volta a documentação enviada ao Congresso, com o argumento de que isso põe em risco sua própria investigação e deixa em evidência as testemunhas que colaboraram nela. Além disso, o pedido tem o objetivo de frear outras citações judiciais enviadas a Parton por outros subcomitês do Congresso.

O pedido, enviado a uma Corte de Distrito em Washington, solicita que todos os papéis que saíram da comissão voltem a seu proprietário original, a ONU, e que seja proibido expressamente a Parton entregar mais documentação ao Congresso. Desde o início de seu trabalho, a comissão Volcker enfrentou o Congresso americano, que freqüentemente queixou-se de sua pouca disposição de entregar documentações e de colaborar.

 Volcker explicou diversas vezes o porquê de sua recusa em fornecer documentação ao Congresso, destacando a importância de manter uma total confidencialidade. Além disso, Volcker lembrou que todos os seus investigadores, inclusive Parton, são obrigados a manter uma total confidencialidade e não podem tirar documentos da própria comissão.

Na segunda, através de um comunicado divulgado por seu advogado, Parton disse que tinha levado com ele papéis da comissão por temor de que "o processo de investigação contenha conclusões equivocadas". Parton reconheceu que tinha manifestado suas preocupações à comissão várias vezes e que, ao não obter um resultado satisfatório, levou com ele algumas conclusões que considerava inexatas.

O ex-agente do FBI se referia concretamente à investigação sobre o possível conflito de interesses de Kofi Annan com seu filho Kojo, que durante anos trabalhou para uma empresa suíça que recebeu um contrato milionário no programa Petróleo por Comida. A comissão Volcker estabeleceu que não tinham sido encontradas provas razoáveis de que Annan exercia influência para que esta empresa, chamada Cotecna, fosse premiada com este importante contrato.

As informações são da agência EFE.


 
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