A concorrência desleal do arroz importado do Mercosul e a revisão de tributos para o setor são as principais bandeiras do Movimento Arrozeiro, que promete realizar protestos em todo Rio Grande do Sul nos próximos dias.

Em reunião ocorrida nesta segunda, dia 25, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e diversos sindicatos rurais gaúchos decidiram apoiar o setor arrozeiro e criar uma pauta única de reivindicações a ser negociada paralelamente com o governo federal, em Brasília.

– Queremos que haja maior sensibilidade do governo para dar à cadeia produtiva do arroz condições de competir com os vizinhos do Mercosul – afirma Francisco Schardong, presidente da Comissão de arroz da Farsul.

A data de início das manifestações não foi divulgada, mas o presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter José Pötter, afirmou que os produtores já estão se organizando regionalmente. De acordo com Sergio Renato de Freitas, presidente da Associação dos Arrozeiros de Santa Maria, manifestantes realizarão ainda essa semana protestos nas cidades de Itaqui e Quaraí, na Fronteira Oeste do Estado, para impedir a entrada de arroz da Argentina e do Uruguai, respectivamente, por tempo indeterminado.

– As manifestações começam ainda essa semana e não têm data para terminar – informou Freitas, sem confirmar se os protestos iniciariam nesta quarta, dia 27, conforme havia sido divulgado semana passada.

Nem mesmo o anúncio do ministério da Agricultura lançando o mecanismo de leilões de prêmio de risco de opções privadas para o produto em casca, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, fez os produtores recuarem. O primeiro leilão está marcado para quarta. A expectativa do governo federal é retirar cerca de 1 milhão de toneladas de arroz do mercado interno.

Segundo o último levantamento semanal da Emater, a colheita da safra de arroz está concluída em 71% da área cultivada no Rio Grande do Sul.

As informações são de Zero Hora.