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 | 18/04/2005 20h13min

Itália mergulha novamente na crise política

Berlusconi nega renúncia e não aceita reformulação do gabinete

O governo italiano mergulhou novamente em uma crise política nesta segunda, dia 18, quando o primeiro-ministro Silvio Berlusconi negou que tenha aceitado reformular o gabinete para contentar ministros rebeldes e evitar um racha na sua coalizão.

No começo do dia, ministros disseram que Berlusconi havia cedido às pressões por uma reforma ministerial e uma nova estratégia política para o último ano de seu mandato, o que evitaria a convocação de eleições antecipadas, nas quais a oposição de centro-esquerda seria favorita.

Após uma reunião da coalizão em que vários colegas disseram que ele aceitou as mudanças, Berlusconi se encontrou com o presidente Carlo Azeglio Ciampi, aparentemente para apresentar sua renúncia temporária, como exige a Constituição diante de reformas ministeriais.

Mas, após uma audiência de uma hora, Berlusconi disse a jornalistas que não renunciou e que não havia aceitado a reformulação do gabinete. Isso criou confusão no país sobre o desenrolar da crise política, a pior em quatro anos de governo Berlusconi.

– Surpresa? Desta vez fui eu quem surpreendeu vocês – disse Berlusconi a jornalistas, antes de partir para um encontro com o presidente da Câmara, Pier Ferdinando Casini. Sobre a reforma ministerial, ele disse:

– Vamos ver como o Parlamento reage.

A crise começou na sexta-feira, quando a União dos Democratas Cristãos (UDC) anunciou que deixaria o governo se Berlusconi não aceitasse fazer mudanças, depois da surra eleitoral sofrida pela coalizão de centro-direita nas recentes eleições regionais.

As negociações de bastidores entre os partidos pareciam ter dado frutos no domingo, quando a UDC acreditava ter garantias suficientes para voltar ao governo

Depois de Berlusconi negar qualquer acordo, uma fonte da UDC disse à Reuters:
– Isso é um endurecimento da posição dele. Estava claro que não poderíamos ganhar de dez a zero, mas isso torna tudo muito mais difícil.

 Berlusconi quer ser o primeiro premiê italiano a cumprir todo os seu mandato desde a Segunda Guerra Mundial. Por isso, ele resiste firmemente às propostas de renunciar para formar um novo gabinete. É possível que tente resistir sem maioria parlamentar, contando apenas com o apoio pontual da UDC.

Mas isso colocaria em risco a aprovação de leis delicadas, como a reforma constitucional que amplia os poderes das regiões, nas mãos dos dissidentes da UDC, que discordam dessa mudança.

Berlusconi disse que explicaria a situação ao Senado "provavelmente até o final da semana". A oposição diz que a Itália está diante de uma situação política confusa.

– Esta crise está se transformando em uma farsa indecente – disse Piero Fassino, dirigente do principal partido da oposição, o Democrático da Esquerda.

– O primeiro-ministro está com um só golpe zombando do seu governo, das instituições e de todo o país.

Berlusconi teve uma nova derrota no domingo e na segunda-feira, na pequena região meridional da Basilicata, onde a oposição de centro-esquerda obteve 70% dos votos na eleição regional, segundo as pesquisas de boca-de-urna. No começo do mês, a coalizão governista já havia perdido as eleições em 11 de 13 regiões.

As informações são da agência Reuters.


 
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