A santificação na Igreja Católica Romana costuma levar anos, ou até séculos, para ser atingida. Mas para o papa João Paulo II, o veredicto popular já foi dado e muitos dizem que querem colocá-lo em um processo acelerado.                   

As regras da igreja dizem que o primeiro passo em direção à  santidade, conhecido como "abrir a causa", não pode ser iniciado até cinco anos após a morte.  A norma serve para, entre outras coisas, permitir que as emoções sejam assentadas depois da morte e que sejam preparados documentação e testemunhos de apoio à santificação.               

Mas muita gente está convencida de que João Paulo II foi um santo e alguns o comparam à Madre Teresa de Calcutá.                                 

– Eu rezo para que o Espírito Santo ilumine o próximo papa e o ajude a tornar João Paulo um santo o mais rápido possível – disse Liliana Rosetti, 47, dona de casa de Roma que esperou horas para ver o corpo de João Paulo 2o.

– Ele merece ser tornado santo amanhã, por tudo o que fez – declarou.

Segundo estimativas, 3 milhões de pessoas já viram o corpo do papa nos cinco dias antes do enterro, marcado para sexta-feira. Em comparação, o santuário de Lourdes, na França, onde a Virgem Maria teria aparecido, recebe 6 milhões de peregrinos durante um ano inteiro. Como o papa foi bispo de Roma, a causa precisa ser iniciada lá, mas a igreja polonesa provavelmente pressionará o sucessor a deixar de lado o período de cinco anos de espera. 

O precedente foi estabelecido pelo próprio João Paulo II. Em 1999, o papa passou por cima das regras do Vaticano e deixou a abertura do caso da santificação da Madre Teresa começar somente após dois anos depois de sua morte, em 1997.

Muita gente que conheceu ou trabalhou com o papa ainda vive. Isso pode acelerar o processo, pois as pessoas podem estar disponíveis para testemunhar. Um milagre é exigido depois da morte do candidato para que a causa siga para a beatificação. O milagre deve ser resultado de orações feitas por fiéis pedindo para o candidato interfira junto a Deus.     

As informações são da agência Reuters.