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 | 29/03/2005 15h14min

Partidos reclamam e Severino promete dividir poder

Presidente da Câmara declara de tomar decisões sozinho

Os líderes dos partidos na Câmara dos Deputados arrancaram do presidente Severino Cavalcanti (PP-PE) o compromisso de compartilhar o poder para temas como a definição da pauta de votações. Alvo de constantes reclamações, o presidente da Câmara teve de ceder às pressões e dividir as atividades, até agora concentradas nele.

– Severino, depois da semana passada, veio com um espírito mais ameno e está querendo aceitar nossas reclamações, nossos questionamentos – afirmou o líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), após reunião de Severino com o grupo de líderes dos partidos.

Durante a conversa, o presidente foi criticado por apenas ouvir parlamentares próximos a ele, na maioria do PP, e de não dar aos partidos a influência de interferir na agenda dos trabalhos legislativos.

– Longe da presidência a intenção de dirigir os trabalhos da Câmara dos Deputados sem a participação importantíssima dos senhores líderes – rebateu Severino.

Diante da lista de queixas, ficou decidido que haverá, todas as quintas, reunião do presidente com os líderes para definir a pauta e tratar de outras demandas.

– Para facilitar-lhes a atuação, desde a primeira semana de votação, decidi divulgar com antecedência, na sexta-feira, a pauta da semana seguinte, e não mais na véspera do dia da votação – afirmou Severino, que efetivamente passou a informar os temas da semana seguinte na sexta-feira anterior.

Mas essa antecipação da pauta não foi suficiente para os partidos. Nos bastidores, há ainda um ponto não atendido: a gestão polêmica de Severino como representante legítimo dos deputados. Na avaliação desses parlamentares, a discussão sobre o aumento de salário desgastou não apenas o presidente, mas toda a Câmara. Eles temem perder eleitores com as propostas negativas de Severino e seu grupo.

Criticado por usar de influência para empregar parentes em gabinetes da Câmara, o presidente Severino Cavalcanti (PP-PE) queixou-se do que chamou de perseguição da imprensa e afirmou que as notícias negativas acabam atingindo a imagem da instituição.

– Só tenho levado cacete. Já tenho história para contar. Diziam até que pediriam meu impeachment – afirmou Severino.

Mais cedo, Severino disse a líderes dos partidos na Casa que está presente nos noticiários de forma "mentirosa" e "mal-intencionada". Nos últimos dias, ele tem sido alvo de constantes críticas por contratar grande número de parentes para cargos comissionados na Câmara.

– Pelos meus erros eu respondo. Só não posso responder pelo exagero que colocam nas minhas costas, com notícias e dados mentirosos que acabam por atingir a própria instituição. A instituição Câmara dos Deputados não merece isso – disse a parlamentares.

Há alguns dias, ele havia justificado que os títulos universitários de seus familiares com cargos na Casa os credenciavam a assumir postos mesmo sem realizar concursos públicos.

A contratação de parentes está na mira da Procuradoria da República no Distrito Federal, que está investigando e tomando medidas para combater o nepotismo no Congresso. A Procuradoria requisitou ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), por meio de ofício, que determine o afastamento provisório com a consequente suspensão do pagamento de salários dos parentes contratados até o julgamento final da representação.

Em discurso sobre a MP 232, que aumenta impostos para empresas prestadoras de serviço, Severino atribuiu parte de sua popularidade à iniciativa de ter se transformado num "porta-voz" do movimento contra a medida e pediu ajuda a empresários para melhorar a imagem da Câmara. Severino Cavalcanti comemorou com empresários a derrota do governo no caso da MP 232. 

As informações são da agência Reuters.


 
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