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 | 24/02/2005 22h44min

Acusados de executar irmã Dorothy reconstituem o crime

Promotor diz que versões coincidem

O pistoleiro Rayfran das Neves Sales e seu cúmplice Clodoaldo Carlos Batista, acusados de participar da execução da missionária Dorothy Stang, voltaram à cena do crime nesta quinta, dia 24, para reconstituição do assassinato no Pará. Os dois disseram que receberiam R$ 50 mil de um fazendeiro para matarem a freira de 73 anos, que por décadas militou contra o corte ilegal de madeira e que tentou deter grandes proprietários de terras de invadirem assentamentos de agricultores.

– Estamos checando as duas versões .... elas são praticamente as mesmas, só há uns poucos detalhes. A investigação está quase finalizada – disse o promotor Sávio Bravo, que está à frente do caso.

Fitas pretas e amarelas para marcar a cena do crime foram estendidas pela floresta, enquanto soldados montavam guarda em torno do perímetro, mantendo longe uma multidão de curiosos da comunidade próxima de Esperança. Uma cruz de madeira marcava o local onde Dorothy morreu.

– Eles estavam esperando por ela na vizinhança. Ela estava ajudando a gente como sempre ajudou – disse Vicente Suera, cuja casa de madeira fica a cerca de 400 metros do lugar do assassinato. Foi ali onde ela passou sua última noite.

Roselene Silva, advogada da Pastoral da Terra, fez o papel de Dorothy na reconstituição. Sales e Batista mostraram a polícia como teria ocorrido o crime. De acordo com a reconstituição que fizeram, os dois homens abordaram a freira em uma trilha na floresta por volta das 8h de 12 de fevereiro, quando ela se encaminhava para uma reunião numa comunidade. Eles trocaram algumas palavras e enquanto ela se virava para ir embora, Sales a chamou. A missionária se virou e ele apontou seu revólver calibre 38. Dorothy então estendeu seus braços e começou a ler a Bíblia.

A poucos passos de distância, Sales atirou e enquanto ela caía no chão ele disparou diversas vezes. O assassinato da irmã Dorothy provocou comoção entre os moradores da região de Anapu, que se traduziu em revolta pelo país e até fora dele. Além de Dorothy, pelo menos outras seis pessoas foram mortas nos últimos dias. Em resposta, o governo baixou um pacote ambiental para a região e destacou mais de 2 mil homens do Exército.

As informações são da agência Reuters.

 
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