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 | 09/01/2005 19h10min

Pesquisas apontam vitória de Abbas na eleição palestina

Partidários do candidato estão preocupados com o índice de abstenção

Mahmoud Abbas, um moderado palestino disposto a negociar a paz com Israel, deve obter uma esmagadora vitória na eleição deste domingo, dia 9, nos territórios palestinos, segundo as pesquisas de boca de urna.

Aposta de Abbas em criar uma nova atmosfera de diplomacia, no entanto, vai depender da boa vontade dos militantes que boicotaram a eleição e lançaram dois mísseis contra Israel durante o dia da eleição, numa demonstração de força contra as propostas de cessar-fogo.

Abbas já era apontado como franco favorito para suceder Yasser Arafat, falecido em novembro, como presidente da Autoridade Palestina. As pesquisas de boca de urna divulgadas após o fechamento das urnas, às 17h (hora de Brasília), deram mais de 65% dos votos a ele, contra cerca de 20% para o segundo colocado, o pacifista Mustafa Barghouthi.

Os seguidores de Abbas celebraram nas ruas de Ramallah com buzinas, bandeiras e retratos dele. Os outros cinco candidatos – entre eles um ex-guerrilheiro marxista e um professor mantido em prisão domiciliar nos Estados Unidos sob suspeita de financiar o Hamas – obtiveram votações inexpressivas.

As autoridades eleitorais palestinas decidiram, durante a tarde, adiar o fechamento das urnas em duas horas, até as 21h (horário local), porque, segundo elas, muitos eleitores estavam retidos em postos de controle israelenses. Monitores disseram que o comparecimento foi comprometido pelas limitações de acesso impostas por Israel às seções eleitorais de Jerusalém Oriental, área capturada da Jordânia na guerra de 1967 e posteriormente anexada sem reconhecimento internacional, mas reivindicada pelos palestinos como sua capital.

Apesar disso, eles afirmaram que em geral Israel cumpriu sua promessa de facilitar a passagem dos palestinos nas barreiras.

– Os casos que nos chegam são de que as restrições foram suspensas de forma bastante efetiva – disse Les Campbell, porta-voz dos observadores chefiados pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter.

A ampliação do horário de votação foi decidida após sinais de que o comparecimento era baixo em Jerusalém Oriental, Nablus e Ramallah, o que preocupa os partidários de Abbas, interessados em que ele obtenha um expressivo mandato popular para pressionar os militantes a aceitarem o processo de paz.

Ainda não se sabe se a causa da elevada abstenção é o boicote convocado por grupos islâmicos, que segundo as pesquisas têm cerca de 25% de apoio na população, as restrições de movimentos ou simplesmente a apatia, uma vez que a vitória de Abbas já era tida como fato consumado.

Após décadas atuando nos bastidores do poder de Arafat, Abbas fez uma campanha populista, prometendo manter a luta do ícone palestino pela retirada total de Israel dos territórios ocupados – inclusive Jerusalém Oriental – e pelo direito de retorno dos milhões de palestinos expulsos do território israelense em 1948, além de seus descendentes. A volta dos refugiados e a entrega de Jerusalém Oriental estão fora de negociação para Israel.

As informações são da agência Reuters.

Veja as imagens da eleição na Palestina

 
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