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Testemunhas dizem que CIA gerenciou abusos em Abu Ghraib

Denúncia apontou envolvimento de membros da organização nos abusos

Testemunhas no julgamento de um soldado dos Estados Unidos acusado de abusos contra prisioneiros em Abu Ghraib, no Iraque, disseram à corte que a CIA administrou algumas vezes as torturas e que foram recebidas ordens do comando militar para apertar os interrogatórios no local. A declaração, de militares que serviram na cadeia, está entre as mais fortes ditas até agora nos julgamentos de Abu Ghraib apontando para envolvimento de escalões mais altos no abuso.

O Pentágono sustentava anteriormente que os abusos físicos e sexuais ocorridos na prisão foram obra de algumas "maçãs podres'' que agiram por iniciativa própria. Mas em testemunho à corte marcial que julga o sargento Ivan Frederick, por cinco acusações de abusos, o capitão Donald Reese, um dos comandantes da polícia militar em Abu Ghraib, disse que a CIA esteve envolvida nas violações.

Ele afirmou que autoridades civis norte-americanas "OGA" – iniciais de Other Government Agency (outra agência do governo), usada para designar a CIA – interrogaram prisioneiros iraquianos à noite, quando a supervisão da prisão era mais baixa. Segundo o militar, um prisioneiro privado de sono pelos interrogadores da CIA sofreu "ataques de pânico".

– Eles (CIA) vinham a qualquer hora do dia. Eles entravam pela porta de trás e colocavam (os prisioneiros) em uma das celas. Os OGA nos diziam que voltariam para lidar com eles mais tarde – contou na quarta Reese, via vídeo a partir dos Estados Unidos.

O julgamento de Frederick começou na quarta-feira em uma base nos arredores de Bagdá e deverá terminar nesta quinta. Ele se declarou culpado das cinco acusações, mas negou alguns detalhes. Reese disse que havia tantos tipos de interrogadores no lugar que ficou difícil controlar. Ele mencionou equipes da CIA, do FBI, da inteligência militar e da polícia militar.

– Era muito confuso. Às vezes usavam roupas civis, às vezes uniformes militares. E os da inteligência militar às vezes tiravam o crachá com os nomes – afirmou.

Ele disse que viu presos nus na prisão pouco depois de chegar ao local, em outubro, e que ficou curioso sobre o que estava acontecendo.

– Você perguntou sobre a nudez? – questionou Gary Myers, advogado de Frederick, a Reese na corte.

– Disseram para mim que eram ações da comunidade de inteligência militar e que era uma prática aceita – respondeu Reese.

O soldado Kevin Kramer, da inteligência militar, declarou que recebeu um email em agosto, provavelmente antes dos abusos, exigindo que os interrogatórios fossem "mais duros".

As informações são agência Reuters.


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20/10/2004 11h59min
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