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Congresso quer reabrir investigação sobre torturas durante a ditadura

Comando do Exército divulga nota lamentando forma como assunto foi abordado

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Mário Heringer (PDT-MG), vai se reunir nesta quarta, dia 20, com os parlamentares da comissão disposto a retomar as análises dos arquivos sobre torturas praticadas no período da ditadura militar.

A decisão foi tomada após a publicação de reportagem no último domingo, dia 17, pelo jornal Correio Braziliense exibindo supostas fotos do jornalista Vladimir Herzog preso, antes de ser assassinado pela repressão.  Nas imagens, Herzog aparecia nu e sendo humilhado. Até a então, a imagem que se tinha do jornalista  na prisão era dele já morto.

– Vamos investigar todo o material de novo. A coisa foi reacesa e não pode ficar no esquecimento – afirmou o deputado Mário Heringer.

Segundo o deputado, as fotografias e os documentos obtidos pelo jornal foram entregues pelo cabo José Alves Firmino em 1997 à Comissão de Direitos Humanos. Firmino trabalhou como espião do Comando Militar do Planalto. Na reunião desta quarta, Heringer vai solicitar uma perícia nas fotografias que estão com a Comissão. A viúva do jornalista, Clarice Herzog, o reconheceu nas fotografias. Apesar disso, o presidente da comissão quer comprovar a autenticidade das fotos.

Em nota divulgada no final da tarde desta terça, o comandante do Exército, Francisco Roberto de Albuquerque, lamenta a morte do jornalista e faz questão de lembrar que, na época, o fato motivou o afastamento do comandante militar da área. Albuquerque admite que foi inadequada a forma como o assunto foi abordado em nota divulgada anteriomente pelo Centro de Comunicação do Exército e que "somente a ausência de uma discussão interna mais profunda sobre o tema pôde fazer com que uma nota não condizendo com o momento histórico atual fosse publicada".

No primeiro texto, considerado incompatível com um governo democrático, o Exército classificou a divulgação das imagens como um ato de "revanchismo". A classificação provocou uma crise entre o Palácio do Planalto, o Ministério da Defesa e o Comando do Exército.

A íntegra da nota divulgada pelo Exército:

"O Exército Brasileiro é uma Instituição que prima pela consolidação do poder da democracia brasileira.

O Exército lamenta a morte do jornalista WLADIMIR HERZOG. Cumpre relembrar que, à época, este fato foi um dos motivadores do afastamento do comandante militar da área, por determinação do Presidente Geisel.

Portanto, para o bem da democracia e comprometido com as leis do nosso país, o Exército não quer ficar reavivando fatos de um passado trágico que ocorreram no Brasil.

Entendo que a forma pela qual esse assunto foi abordado não foi apropriada, e que somente a ausência de uma discussão interna mais profunda sobre o tema pôde fazer com que uma nota do Centro de Comunicação Social do Exército não condizente com o momento histórico atual fosse publicada.

Reitero ao Senhor Presidente da República e ao Senhor Ministro da Defesa a convicção de que o Exército não foge aos seus compromissos de fortalecimento da democracia brasileira.

General-de-Exército Francisco Roberto de Albuquerque Comandante do Exército"

As informações são da Agência Brasil.

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