Um relatório divulgado nesta quarta, dia 6, revela que o Iraque não tinha estoques de armas químicas e biológicas antes da invasão norte-americana do ano passado e seu programa nuclear estava em decadência desde a Guerra do Golfo em 1991. O documento foi produzido por Charles Duelfer, chefe dos inspetores de armas no Iraque, nomeado pela administração de George W. Bush.

A análise contradiz o principal argumento defendido pelo presidente norte-americano para declarar guerra ao país árabe, que recebeu apoio dos premiês britânico, Tony Blair, e italiano, Silvio Berlusconi. As conclusões foram apresentadas no Senado americano, a menos de quatro semanas das eleições presidenciais.

No texto de cerca de mil páginas, o inspetor, entretanto, afirmou que o presidente deposto Saddam Hussein não tinha abandonado suas ambições nucleares, químicas e biológicas. O relatório pode reforçar a argumentação do senador John Kerry – adversário de Bush na corrida eleitoral – de que o presidente partiu para a guerra baseado em informações falhas de inteligência, em vez de esperar o resultado das sanções e das inspeções de armas feitas por equipes da ONU no Iraque.

Encurralado pelo mau desempenho no primeiro debate com o democrata, Bush partiu para o ataque reafirmando que Saddam Hussein era uma ameaça para os EUA como também alimentou a tese de possíveis laços entre o Iraque e terroristas da Al-Qaeda.

As informações são do Globo Online.