A Organização das Nações Unidas (ONU) continua sendo um alvo "de alto valor'' no Iraque e portanto precisa limitar o seu quadro de funcionários e suas atividades no futuro próximo, segundo disse nesta sexta, dia 6, o secretário-geral Kofi Annan.

Em um novo relatório ao Conselho de Segurança, Annan repetiu seu apelo para que os países enviem tropas para uma força dedicada especialmente a dar proteção à ONU. Ele lembrou que a entidade não tem meios de garantir a sua própria segurança. Por enquanto, nenhum governo se comprometeu firmemente com a nova força, apesar de vários países terem defendido que a ONU deveria ter um papel importante no Iraque pós-guerra.

– Desde dezembro do ano passado, o ambiente de segurança no Iraque não melhorou. No futuro visível, as Nações Unidas continuarão sendo um alvo de alto valor e de alto impacto para um ataque no Iraque – escreveu Annan.

– A Missão de Assistência da ONU no Iraque (Unami) e as agências e programas da ONU irão, portanto, continuar (...) limitando suas atividades dentro do Iraque ao essencial – afirmou ele.

Annan retirou todos os funcionários da ONU do Iraque em outubro, depois de dois atentados contra os escritórios da entidade em Bagdá. Em breve, uma pequena equipe, liderada pelo paquistanês Ashraf Jehangir Qazi, chegará ao Iraque para acompanhar uma conferência política. Qazi é o sucessor do brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em um dos atentados, há quase um ano.

Nesta semana, o Conselho de Segurança vai discutir o relatório e renovar o mandato para a missão da ONU. No momento, o grosso dos funcionários da ONU para o Iraque, que chegaram a ser 600, trabalha na Jordânia, enquanto outros operam a partir do Kuweit e fazem visitas ocasionais ao país.

Apesar disso, Annan disse que funcionários locais e estrangeiros conseguiram reabilitar escolas, lançar programas de vacinação, reformar usinas elétricas e de tratamento de água, comprar alimentos e ajudar refugiados, entre outras tarefas.

Outra atividade importante é ajudar na preparação das eleições de janeiro. O relatório de Annan não informa, porém, se a ONU vai colaborar com o registro de eleitores, que começa em setembro

Com informações da agência Reuters.