Saddam Hussein, ex-ditador do Iraque, comparecerá pela primeira vez diante da Justiça do país na próxima quinta, dia 1°, três dias depois de os EUA terem empossado um governo provisório composto por iraquianos.

Saddam, porém, continuará sob poder dos militares norte-americanos, segundo os EUA, a fim de garantir que ele não escape. Acusado pelos iraquianos de ter ordenado o assassinato e a tortura de milhares de pessoas durante seus 35 anos de governo, o ex-ditador iraquiano vem sendo mantido sob poder das forças norte-americanas desde dezembro, quando foi encontrado.

Segundo Allawi, a coalizão liderada pelos EUA continuaria com a custódia física de Saddam e de outros 11 detentos até que a polícia iraquiana tivesse capacidade de mantê-los preso de forma segura. 

O primeiro-ministro interino do país árabe, Iyad Allawi, disse nesta terça, dia 29, que o ex-ditador e outros 11 acusados do antigo regime seriam entregues à custódia dos iraquianos na próxima  quarta, dia 30, antes de comparecerem diante de juízes para serem formalmente acusados.

O novo governo de Allawi está sob pressão para dar mostras aos iraquianos comuns de que representa um rompimento com o passado e de que possui poder suficiente para acabar com a violência no país.

Nesta terça, dia 29, a onda de ataques continuou. Três fuzileiros navais dos EUA foram mortos na explosão de uma bomba colocada ao lado de uma rua de Bagdá, elevando para 632 o número de soldados norte-americanos mortos em ação no Iraque desde o começo da guerra, no ano passado.

– Este governo pediu formalmente a transferência da maior parte dos prisioneiros importantes. Essas pessoas enfrentarão a Justiça diante de uma corte especial iraquiana criada em janeiro para julgar membros do antigo regime acusados de crimes contra a humanidade, genocídios e crimes de guerra –  afirmou Allawi em uma entrevista coletiva.

O julgamento do ex-ditador deve começar apenas dentro de alguns meses, afirmou o premiê.

Com informações da agência Reuters.